quarta-feira, 15 de julho de 2009

“É fundamental ter movimentos sociais organizados de forma orgânica e participativa em um partido”

Alex Nazaré: “É fundamental ter movimentos sociais organizados de forma orgânica e participativa em um partido”
Partido Socialista Brasileiro - PSB

15/07/2009
Em entrevista ao Portal PSB Nacional, o secretário Nacional de Juventude do Partido Socialista Brasileiro, Alex Nazaré, afirmou que no ano de 2009 priorizará a comunicação interna, a participação nos congressos dos segmentos sociais e trabalhará a formação política da militância.

De acordo com o secretário é fundamental ter movimentos sociais organizados de forma orgânica e participativa dentro de um partido político. “Na minha opinião precisamos fortalecer a estrutura partidária de baixo para cima e não mais aquela política em volta de um mandato ou da estrutura governamental. Para nós é importante que o partido tenha um olhar específico para os movimentos sociais”, observou.

Alex disse, ainda, que o objetivo da Juventude Socialista Brasileira (JSB) para 2010 quanto órgão de apoio, membro da Executiva Nacional do PSB e um segmento que agrega milhares de jovens em todo Brasil é pleitear um espaço dentro do Parlamento. “A juventude socialista já conta com dezenas de companheiros que possuem mandatos e atuam fazendo política para juventude e também para a sociedade como um todo. Queremos ter candidaturas em todos os estados e demonstrar que as políticas de juventude são prioritárias”, declarou.

Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida à jornalista Priscila Rocha, do Portal PSB:

Portal PSB Nacional: Quais as prioridades da Secretária Nacional de Juventude do PSB para este ano?
Alex Nazaré: No ano de 2009 priorizaremos a nossa comunicação interna. Hoje existem novas ferramentas de comunicação, interação e participação. Nós precisamos estar inseridos nesse debate para agregar jovens que não são da juventude do PSB e nem filiados, mas que possam acessar esses canais de comunicação e se identificar com a nossa política e luta diária. O segundo ponto é ter uma boa participação nos congressos dos segmentos sociais e outros espaços de debate para ampliar a nossa formação e participação nos encontros. Esse ano teremos, entre outros, o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Conferência Nacional de Educação. A JSB irá participar dessas conferencias de forma unificada. Outro ponto é trabalhar a formação política da nossa militância. Temos uma boa parceria com a Fundação João Mangabeira em atividades tanto em nível municipal, estadual, como também, nacional. Já temos, por exemplo, um curso em fase final organizado pela FJM e pela universidade da juventude. Além da nossa formação interna, a JSB não atua só no Movimento Estudantil. Trabalhamos em várias frentes dos movimentos sociais como na constituição de políticas públicas de juventude. Iniciamos há pouco tempo um debate com a juventude trabalhadora através da Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

Portal: Como o governo pode agir, neste momento, em favor da juventude no Brasil?
Alex: O governo do presidente Lula iniciou em 2005 a implementação da política nacional de juventude, e o PSB participa desse processo desde 2006 quando foi constituída a criação da Secretaria Nacional de Juventude e a criação do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). É uma política de dimensão inclusiva em que o governo tem um programa de inclusão de jovens chamado Pró-Jovem. O programa tem quatro modalidades e já alcança mais de um milhão de jovens. O Pró-Jovem oferece escolaridade, bolsa-auxílio e a interação com a comunidade. Pesquisas recente mostram que mais de 200 municípios já aderiram ao programa. Quase todos os estados também. Eu espero que até 2010 nós possamos minimizar os problemas que a juventude brasileira possui. Na dimensão participativa temos a criação do Conselho Nacional de Juventude que agrega diversos movimentos de jovens importantes do país. Temos apoio de especialistas, organizações não-governamentais, fundações, institutos e movimentos de juventude que gerou um debate sobre a política de juventude do Brasil. Temos ainda, a política internacional de juventude, agora com a adesão formal do Brasil na Organização Ibero-Americana de Juventude (AIJ) que agrega diversos países da América Latina e países americanos e Ibero-americanos. O governo tem feito um trabalho interessante nessa área com a participação dos ministérios.

Portal: Em que sentido a crise econômica mundial abala os jovens?
Alex: A crise financeira mundial levou milhares de jovens ao desemprego assim como trabalhadores em geral. O interessante é que dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos (Dieese) e de outras agências de informações mostram que jovens de 15 a 29 anos, de certa maneira, não foram tão atingidos pela crise porque ainda trabalham em serviços precários. O jovem é um dos mais atingidos pelos trabalhos chamados subempregos e por estarem nesses empregos acabam não sendo demitidos e ficam nestes postos até mesmo por uma necessidade de permanência. Muitos jovens aceitam o subemprego pela necessidade.

Portal: Fale um pouco sobre a importância do crescimento dos movimentos sociais representados no Partido.
Alex: Dentro de um partido político é fundamental ter movimentos sociais organizados de forma orgânica e participativa. Acho que a JSB da nossa geração tem grandes exemplos a serem seguidos. O nosso líder Miguel Arraes, um grande mito, não só no Estado de Pernambuco como no Brasil inteiro, foi oriundo da luta dos movimentos populares, camponeses, movimentos que lutam em prol de uma sociedade igualitária. O exemplo de Arraes inspira a juventude do PSB a penetrar em setores como o da periferia. Segmentos que são mais atingidos pelo capitalismo. É fundamental para o alicerce político de um partido se organizar em seus núcleos de base. No Congresso do PSB em 2003, Miguel Arraes disse: “Construindo um PSB pelas bases através de seus núcleos”. Na minha opinião precisamos fortalecer a estrutura partidária de baixo para cima e não mais aquela política em volta de um mandato ou da estrutura governamental. Para nós é fundamental que o partido tenha um olhar específico para os movimentos sociais. Entendemos que os mandatos são essenciais para a sobrevivência partidária. Os segmentos organizados existem para fazer pressão política para termos resultados tanto nos governos como dentro do Parlamento.

Portal: O que JSB pensa para as eleições de 2010?
Alex: O objetivo da JSB para 2010 quanto órgão de apoio, membro da Executiva Nacional do Partido e um segmento que agrega milhares de jovens em todo Brasil é pleitear um espaço dentro do Parlamento. A juventude socialista já conta com dezenas de companheiros que possuem mandatos e atuam fazendo política para juventude e também para a sociedade como um todo. Queremos ter candidaturas em todos os estados e demonstrar que as políticas de juventude são prioritárias. A JSB pretende liderar os comitês estaduais de juventude onde tem governos do PSB, quer construir um bom diálogo com outras juventudes partidárias, com seguimentos de juventude e movimentos sociais. Hoje, o PSB tem uma política para o país e nós defendemos uma candidatura própria do partido. O reflexo disso é a última pesquisa de ação e atuação dos governadores. O PSB tem dois governadores entre os melhores do país, o governador de Pernambuco e presidente Nacional do Partido, Eduardo Campos e o governador do Ceará, Cid Gomes. Temos, também, grandes quadros na Câmara e no Senado federal. A legenda tem bom diálogo dentro do Congresso e um excelente acervo político para apresentar para a sociedade.

Portal: Qual é a relação entre um partido político e os movimentos sociais e populares. Na sua opinião um depende do outro?
Alex: Para a juventude do PSB a figura do partido é o instrumento mais avançado de organização política. É um espaço amplo, democrático e de muita formulação política. Acho que um partido político e os movimentos sociais tem vínculo político. Dentro do partido temos militantes de movimentos sociais, filiados e não-filiados e nos movimentos sociais temos muitas pessoas militantes como também não. Na minha opinião o movimento social anda junto com o Partido. Ele constrói junto e cresce junto. Lógico que nem todos os partidos têm a característica de atuar em parceria ou inseridos nos segmentos organizados. Há aqueles partidos que não se identificam com as dificuldades que a população vive e preferem atuar de forma a representar outros setores que não são os mais populares.

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