quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Leia o discurso completo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pronunciado diante de mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago

Leia o discurso completo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pronunciado diante de mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago (Illinois) por volta das 23h locais (3h, horário de Brasília):


"Olá, Chicago!

Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.

O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos Estados Unidos da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho.

À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.

Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.

Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.

Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.

E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.

Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?

Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.

Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Obama: um sonho a ser vivenciado.

Obama: um sonho a ser vivenciado.

O dia de hoje ganha importância histórica independentemente do resultado das urnas norte-americanas, pela primeira vez o sonho de Martin Luther King e tantos outros arautos da igualdade de toda a espécie humana projetou a possibilidade de se eleger o primeiro presidente norte-americano pós-racial.
Os arautos da unicidade da espécie humana, primeiro se debruçaram em provar cientificamente a falência do discurso racial; outros fundamentados nesta premissa se debruçaram em rever o discurso fundamentalista-religioso que tentava pôr na divindade a culpa por suas crenças.
Marcado pela luta entre racialistas e pós-racialistas o século XX dividiu nações e famílias, mas principalmente marcou uma forma de elaborar e implementar políticas públicas pelo mundo, o século XX foi o século do confronto entre as políticas universalistas e afirmativas.
Sem fazer neste espaço uma análise dos resultados efetivos de ambas as políticas públicas, podemos dizer sem errar que as políticas afirmativas possibilitaram a realização do sonho, hoje representado pela figura do Obama.
Mas que sonho Obama representa? Obama representa o sonho de um mundo novo em que a unicidade da espécie humana, a igualdade de gênero, a tolerância religiosa, a multicoloridade pigmentar, a livre opção sexual, serão valores aceitos e norteadores da práxis e das relações humanas.
Não sei se o mundo está preparado para realizar este sonho já a partir de 2008, o que sei é que o mundo pela primeira vez pode sonhar junto. Pela primeira vez todos e todas que sonhamos com um mundo novo pudemos vê-lo tão próximo, se ele se concretizará, só as urnas dirão, mas valeu a pena sonhar...

Fábio Borges
Secretário Estadual de Movimento Negro do PSB -RJ

“Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude...”

“Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude...”

O Movimento Negro Socialista do Rio de Janeiro deu um passo importante neste mês de abril ao se organizar em vinte municípios fluminenses, elegendo as direções municipais e os secretários municipais do movimento negro socialista.
Resulta desta organização que percorreu todas as regiões do estado uma direção estadual a ser eleita no congresso estadual do movimento negro que ocorrerá no dia sete de maio corrente e que terá como principal tarefa organizar o movimento negro em todos os municípios onde o PSB estiver organizado.
A importância desta organização se vê no exemplo do município de Macuco onde 60% da população é negra, e é impossível pensar um projeto político-eleitoral para o município sem que o partido reflita sua realidade populacional.
Esta preocupação com um partido de massas, que reflita o povo brasileiro e esteja inserido na realidade municipal, estadual e do país, é que orientou a organização do movimento negro socialista em nosso estado.
Fica agora a tarefa de convencimento de todos os pretos e pretas brasileiras a construírem e elegerem um programa socialista para as eleições 2008 que tenha como norte principal construir cidades solidárias e inclusivas para todos os brasileiros e brasileiras indiferentemente do gênero, raça, etnia, cor da pele, orientação sexual, idade, capacidade de acessibilidade,...

Enfim, um país que possa caminhar para o Socialismo...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

COTAS ELEITORAIS PARA AFRO-DESCENDENTES

COTAS ELEITORAIS PARA AFRO-DESCENDENTES

O que me preocupa não é o grito dos violentos. É o silêncio dos bons." Martin Luther King

O tema é polêmico? Como lecionava o saudoso jurista Miguel Reale Júnior, toda pergunta já induz uma dada intenção do questionador. Pois bem. Estamos vivenciando o período pré-eleitoral, para eleições majoritárias de Prefeitos e Vice-Prefeitos, bem como de vereadores em todos os Municípios de nosso país, e em virtude de observações, que não são recentes, podemos diagnosticar a triste constatação da ínfima participação dos afro-descendentes nas chapas de vereadores e de prefeitos. Logo, teremos como representantes do povo, nas Administrações de Prefeituras e de Câmaras Municipais um número ainda menor de afro-descendentes seja no legislativo como no executivo. Essa constatação precisa mudar. Ora, aludida realidade não pode persistir, de maneira que está diametralmente oposta às atuais políticas governamentais de promoção de igualdade racial, como é exemplo da destinação de cotas em universidades públicas à população negra e de origem afro. E podemos argumentar, sem maiores entraves, sobre a inclusão de cotas de candidatos para afro-descendentes no processo eleitoral vigente. Vale dizer que o afro-descendente deve ter garantido o direito de participar amplamente de partidos políticos, sobretudo dos órgãos de direção partidária, de estender sua participação no sistema eleitoral, de maneira democrática e em igualdade de condições com os demais representantes, que muitas vezes são oriundos de grupos econômicos oligárquicos e de uma elite preconceituosa. Talvez a proposta coloque em xeque os famosos caciques políticos que, lamentavelmente, ainda controlam algumas legendas partidárias em nosso país. Também é de se esperar que a “elite” político-partidária remanescente das épocas que o direito ao voto era destinado apenas aos senhores de engenho, vigorava o conhecido voto censitário, que era baseado no status econômico e social do indivíduo, tenham o pensamento retrógrado de serem contrários a presente proposta. Pouco importa. A bem da verdade, nos temos o sistema de cota mínima de 30% para cada sexo na composição das listas de registro de candidaturas para o sexo minoritário, que geralmente vem a ser o sexo feminino, sendo que essa medida visava justamente garantir maior participação das mulheres no processo eleitoral, conforme § 3º do art. 10 da Lei nº 9.504/97 – Lei das Eleições. Ora, que seja aplicado o sistema de cota de candidaturas para contemplar os afro-descendentes, em percentual de 20%, pois teremos sim, uma maior participação popular e o fomento de grupos engajados na inclusão social e na igualdade racial, possibilitando, entre outras medidas, um novo debate sobre o racismo no Brasil, que muitas vezes é escamoteado e disfarçado em nossa sociedade. Não podemos esquecer todos nós devemos questionar a maior participação dos afro-descendentes como representantes eleitos, em todas as sferas de poder, seja do poder legislativo ou do poder executivo, de maneira que haja um efetivo resgate da dívida econômica, social e cultural à toda comunidade negra e aos afro-descendentes em nosso país, no sentido de permitir a efetiva participação no processo eleitoral com suas candidaturas e que possam colaborar para extirpar o preconceito racial em nosso país. Francisco Sampaio Panico. Advogado militante na área eleitoral e no Direito Público.



Diretório Nacional do PSB

A/C Presidente Dr. Roberto Amaral

Boa Tarde!

Eu, Francisco Sampaio Panico, advogado militante na área eleitoral e no Direito Público, membro do Diretório Municpal de Santos, encaminho anexo artigo intitulado: "Cotas Eleitorais para Afro-Descendetes".

Entendo que o tema poderá gerar polêmica, mas a sua discussão é importante, uma vez que a garantia da cota de 30% para o sexo inferior (que teve por objetivo ampliar a participação feminina nas chapas) foi criticada e acabou resultando em dispositivo da Lei Eleitoral - nº 9.504/97.

No caso da cota reservada para os afro-descendentes nas chapas de candidaturas proporcionais à Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa e Câmaras Municipais.

O artigo anexo traz a argumentação que de maneira sucinta, entendo necessária para abordagem do tema e está inserido nos princípios socialista que nós do PSB pregamos.

Caso seja do interesse de V.Sa., autorizo a divulgação do artigo, bem como sua disponilibidade no sítio eletrônico do partido.

Cordialmente


Francisco Sampaio Panico

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Resolução Política da Chapa “Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude” para a gestão 2008 – 2011 do movimento negro socialista do

Resolução Política da Chapa “Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude” para a gestão 2008 – 2011 do movimento negro socialista do rio de janeiro

“Um sorriso negro, um abraço negro

Traz....felicidade

Negro sem emprego, fica sem sossego

Negro é a raiz da liberdade “

(Dona Ivone Lara)


Nós, filhos e filhas da grande Diáspora Negra construímos com sangue e suor esta grande nação que o Brasil veio a se tornar, entretanto, o Estado Brasileiro ideologicamente comprometido com a tese do embranquecimento da Nação limitou nossa cidadania, a uma cidadania de segunda classe.

A tese do embranquecimento da nação subsumiu nossos heróis e heroínas da história oficial e limitou nosso papel ao de braços construtores da nação e nos negou institucionalmente o direito a plenitude da cidadania.

Com a débâcle da teoria cientifica da superioridade das etnias brancas sobre as demais etnias pretas e amarelas, forjou-se o mito da democracia racial e de uma nação onde as raças harmoniosamente viviam e contribuíam para o progresso da nação.

Oxalá, o mito da democracia racial norteasse de fato as políticas publicas brasileiras; diferentemente a política estatal de embranquecimento não foi abandonada e sim mascarada pela precarização das políticas universalistas.

Se antes os negros e as negras não tinham acesso às políticas universalistas por serem pretos, agora as políticas universalistas passam a segundo plano por atenderem aos pretos e pretas brasileiras.

Constrói-se também uma grande campanha exaltando o caráter pacifista e harmonioso de nossa sociedade, elabora-se o mito de que não há racismo no Brasil. E se não há racismo, não se justificam políticas publicas de inclusão social voltadas especificamente para pretos e pretas.

Diante de toda esta política estatal de negação dos nossos Direitos Fundamentais é que os pretos e as pretas brasileiras vão passar a se organizar e lutar pela construção de uma identidade negra que forje na luta cotidiana uma nova nação capaz de incluir todas as etnias sem que a cor da pele signifique privilégios.

Sabedores de que tal conquista não será obtida enquanto perdurar o capitalismo é que negros e negras do país inteiro vêm se organizando no Partido Socialista Brasileiro a fim de somarem esforços com os demais militantes socialistas na luta pela derrota do capitalismo e pela construção do Socialismo.

Por isso, temos que tornar a Negritude Socialista Brasileira um espaço para o debate, fazendo do Partido que tem como lema "Socialismo e Liberdade", um espaço onde todos os simpatizantes e militantes possam debater e implementar ações e resoluções políticas que tornem nossas cidades mais inclusivas e solidárias.

O Movimento Negro Socialista do Rio de Janeiro deu um passo importante neste mês de abril ao se organizar em vinte municípios fluminenses, elegendo as direções municipais e os secretários municipais do movimento negro socialista.

Resulta desta organização que percorreu todas as regiões do estado esta direção estadual a ser eleita neste congresso estadual do movimento negro que terá como principal tarefa organizar o movimento negro em todos os municípios onde o PSB estiver organizado.

A importância desta organização se vê no exemplo do município de Macuco onde 60% da população é negra, e é impossível pensar um projeto político-eleitoral para o município sem que o partido reflita sua realidade populacional.

Esta preocupação com um partido de massas, que reflita o povo brasileiro e esteja inserido na realidade municipal, estadual e do país, é que orientou a organização do movimento negro socialista em nosso estado.

Fica agora a tarefa de convencimento de todos os pretos e pretas brasileiras de sua identidade negra e a construírem e elegerem um programa socialista para as eleições 2008 que tenha como norte principal construir cidades solidárias e inclusivas para todos os brasileiros e brasileiras indiferentemente do gênero, raça, etnia, cor da pele, orientação sexual, idade, capacidade de acessibilidade,...

Fica a tarefa para a nova Comissão Executiva Estadual do MNS de convencer os parlamentares e prefeitos que se elegerem nas eleições deste ano a implementarem nos seus municípios os Conselhos Municipais de Promoção da Igualdade Racial, bem como Políticas Públicas Municipais que combatam o racismo e promovam a valorização da identidade negra, que garantam a profissão e o exercício dos cultos afro-brasileiros, mais principalmente que garantam aos negros e negras a plenitude da cidadania brasileira.

Fica a tarefa ao Movimento Negro Socialista de discutir com a bancada de deputados estaduais, com a bancada de deputados federais e de senadores do PSB para a importância de se construir uma agenda propositiva do PSB para a questão do combate ao racismo e de promoção da igualdade étnica nas Casas Legislativas de nosso país.

Reconhecemos os avanços alcançados no governo popular de Lula com a implementação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, entretanto defendemos que se este esforço do Executivo Federal não ressoar nas Casas Legislativas, no Judiciário e nos Executivos estaduais e municipais de forma a garantir que as políticas afirmativas e de reparação para o povo negro se tornem políticas de Estado, será uma ação louvável, porém efêmera.

Urge a regulamentação de inúmeras profissões que são majoritariamente exercidas pela população negra (capoeiristas, motoboys, do lar, entre outras), a elaboração de políticas publicas de saúde para a população negra (como a prevenção, diagnóstico e tratamento da anemia falciforme), políticas públicas de incentivo a contratação de negros pelas empresas, legislação que coíba o critério da cor da pele na contratação de trabalhadores, implementação da História da África e da Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares da Educação Básica ao Ensino Superior.

Bem como, a demarcação das terras quilombolas, refutação da redução da maioridade penal, construção de uma política de segurança pública que reduza a vitimização da população negra jovem, desconstrução do imaginário social que vê no negro um criminoso e construção de um imaginário social que veja o negro como um homem igual aos demais homens da espécie homo sapiens.

Revolucionar a Educação Básica Brasileira oferecida pela rede estatal de forma a garantir que todos os seus egressos (em sua maioria negros e negras) estejam formados e qualificados tanto para ingressarem na rede estatal de Ensino Superior, bem como para o mercado de trabalho.

Concluímos conclamando todos e todas as socialistas a somarem esforços na construção de um mundo onde não tenha oprimidos e opressores, um mundo onde todos e todas tenham igualdade de oportunidade, enfim, UM MUNDO SOCIALISTA.

Vamos à luta!

1° Congresso Estadual do Movimento Negro Socialista

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2008

Resolução Política da Chapa “Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude”

Resolução Política da Chapa “Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude” para a gestão 2008 – 2011 do movimento negro socialista do rio de janeiro

“Um sorriso negro, um abraço negro

Traz....felicidade

Negro sem emprego, fica sem sossego

Negro é a raiz da liberdade “

(Dona Ivone Lara)


Nós, filhos e filhas da grande Diáspora Negra construímos com sangue e suor esta grande nação que o Brasil veio a se tornar, entretanto, o Estado Brasileiro ideologicamente comprometido com a tese do embranquecimento da Nação limitou nossa cidadania, a uma cidadania de segunda classe.

A tese do embranquecimento da nação subsumiu nossos heróis e heroínas da história oficial e limitou nosso papel ao de braços construtores da nação e nos negou institucionalmente o direito a plenitude da cidadania.

Com a débâcle da teoria cientifica da superioridade das etnias brancas sobre as demais etnias pretas e amarelas, forjou-se o mito da democracia racial e de uma nação onde as raças harmoniosamente viviam e contribuíam para o progresso da nação.

Oxalá, o mito da democracia racial norteasse de fato as políticas publicas brasileiras; diferentemente a política estatal de embranquecimento não foi abandonada e sim mascarada pela precarização das políticas universalistas.

Se antes os negros e as negras não tinham acesso às políticas universalistas por serem pretos, agora as políticas universalistas passam a segundo plano por atenderem aos pretos e pretas brasileiras.

Constrói-se também uma grande campanha exaltando o caráter pacifista e harmonioso de nossa sociedade, elabora-se o mito de que não há racismo no Brasil. E se não há racismo, não se justificam políticas publicas de inclusão social voltadas especificamente para pretos e pretas.

Diante de toda esta política estatal de negação dos nossos Direitos Fundamentais é que os pretos e as pretas brasileiras vão passar a se organizar e lutar pela construção de uma identidade negra que forje na luta cotidiana uma nova nação capaz de incluir todas as etnias sem que a cor da pele signifique privilégios.

Sabedores de que tal conquista não será obtida enquanto perdurar o capitalismo é que negros e negras do país inteiro vêm se organizando no Partido Socialista Brasileiro a fim de somarem esforços com os demais militantes socialistas na luta pela derrota do capitalismo e pela construção do Socialismo.

Por isso, temos que tornar a Negritude Socialista Brasileira um espaço para o debate, fazendo do Partido que tem como lema "Socialismo e Liberdade", um espaço onde todos os simpatizantes e militantes possam debater e implementar ações e resoluções políticas que tornem nossas cidades mais inclusivas e solidárias.

O Movimento Negro Socialista do Rio de Janeiro deu um passo importante neste mês de abril ao se organizar em vinte municípios fluminenses, elegendo as direções municipais e os secretários municipais do movimento negro socialista.

Resulta desta organização que percorreu todas as regiões do estado esta direção estadual a ser eleita neste congresso estadual do movimento negro que terá como principal tarefa organizar o movimento negro em todos os municípios onde o PSB estiver organizado.

A importância desta organização se vê no exemplo do município de Macuco onde 60% da população é negra, e é impossível pensar um projeto político-eleitoral para o município sem que o partido reflita sua realidade populacional.

Esta preocupação com um partido de massas, que reflita o povo brasileiro e esteja inserido na realidade municipal, estadual e do país, é que orientou a organização do movimento negro socialista em nosso estado.

Fica agora a tarefa de convencimento de todos os pretos e pretas brasileiras de sua identidade negra e a construírem e elegerem um programa socialista para as eleições 2008 que tenha como norte principal construir cidades solidárias e inclusivas para todos os brasileiros e brasileiras indiferentemente do gênero, raça, etnia, cor da pele, orientação sexual, idade, capacidade de acessibilidade,...

Fica a tarefa para a nova Comissão Executiva Estadual do MNS de convencer os parlamentares e prefeitos que se elegerem nas eleições deste ano a implementarem nos seus municípios os Conselhos Municipais de Promoção da Igualdade Racial, bem como Políticas Públicas Municipais que combatam o racismo e promovam a valorização da identidade negra, que garantam a profissão e o exercício dos cultos afro-brasileiros, mais principalmente que garantam aos negros e negras a plenitude da cidadania brasileira.

Fica a tarefa ao Movimento Negro Socialista de discutir com a bancada de deputados estaduais, com a bancada de deputados federais e de senadores do PSB para a importância de se construir uma agenda propositiva do PSB para a questão do combate ao racismo e de promoção da igualdade étnica nas Casas Legislativas de nosso país.

Reconhecemos os avanços alcançados no governo popular de Lula com a implementação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, entretanto defendemos que se este esforço do Executivo Federal não ressoar nas Casas Legislativas, no Judiciário e nos Executivos estaduais e municipais de forma a garantir que as políticas afirmativas e de reparação para o povo negro se tornem políticas de Estado, será uma ação louvável, porém efêmera.

Urge a regulamentação de inúmeras profissões que são majoritariamente exercidas pela população negra (capoeiristas, motoboys, do lar, entre outras), a elaboração de políticas publicas de saúde para a população negra (como a prevenção, diagnóstico e tratamento da anemia falciforme), políticas públicas de incentivo a contratação de negros pelas empresas, legislação que coíba o critério da cor da pele na contratação de trabalhadores, implementação da História da África e da Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares da Educação Básica ao Ensino Superior.

Bem como, a demarcação das terras quilombolas, refutação da redução da maioridade penal, construção de uma política de segurança pública que reduza a vitimização da população negra jovem, desconstrução do imaginário social que vê no negro um criminoso e construção de um imaginário social que veja o negro como um homem igual aos demais homens da espécie homo sapiens.

Revolucionar a Educação Básica Brasileira oferecida pela rede estatal de forma a garantir que todos os seus egressos (em sua maioria negros e negras) estejam formados e qualificados tanto para ingressarem na rede estatal de Ensino Superior, bem como para o mercado de trabalho.

Concluímos conclamando todos e todas as socialistas a somarem esforços na construção de um mundo onde não tenha oprimidos e opressores, um mundo onde todos e todas tenham igualdade de oportunidade, enfim, UM MUNDO SOCIALISTA.

Vamos à luta!

1° Congresso Estadual do Movimento Negro Socialista

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2008

Ufa! Nos organizamos...

“Sem um passado negro me era impossível viver minha negritude...”

O Movimento Negro Socialista do Rio de Janeiro deu um passo importante neste mês de abril ao se organizar em vinte municípios fluminenses, elegendo as direções municipais e os secretários municipais do movimento negro socialista.

Resulta desta organização que percorreu todas as regiões do estado uma direção estadual a ser eleita no congresso estadual do movimento negro que ocorrerá no dia sete de maio corrente e que terá como principal tarefa organizar o movimento negro em todos os municípios onde o PSB estiver organizado.

A importância desta organização se vê no exemplo do município de Macuco onde 60% da população é negra, e é impossível pensar um projeto político-eleitoral para o município sem que o partido reflita sua realidade populacional.

Esta preocupação com um partido de massas, que reflita o povo brasileiro e esteja inserido na realidade municipal, estadual e do país, é que orientou a organização do movimento negro socialista em nosso estado.

Fica agora a tarefa de convencimento de todos os pretos e pretas brasileiras a construírem e elegerem um programa socialista para as eleições 2008 que tenha como norte principal construir cidades solidárias e inclusivas para todos os brasileiros e brasileiras indiferentemente do gênero, raça, etnia, cor da pele, orientação sexual, idade, capacidade de acessibilidade,...

Enfim, um país que possa caminhar para o Socialismo...