terça-feira, 4 de agosto de 2009

Posse do Conselho de Duque de Caxias

Pessoas Queridas:

A Posse Pública do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro e Promoção da Igualdade Racial e Étnica de Duque de Caxias será realizada na quinta feira no dia 13 de agosto, às 20h, no Teatro Municipal Raul Cortez.

Na oportunidade, também, será empossada a Diretoria Executiva do Conselho:
Presidente: Geanne Campos (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo)
Vice-Presidente: Antonio Carlos de Oliveira Magalhães (Biblioteca Comunitária Solano Trindade)
1ª Secretária: Célia Christo (Centro Aplicado de Pesquisa em Educação Multi-Étnica - CAPEM)
2º Secretário: Raul Elias de Souza Ribeiro (Secretaria Municipal de Assistência Social)

E para comemorar teremos a apresentação dos Grupos Culturais: Afro Dance e Os Molekes, além da exposição da ONG Mulheres com Propósito.

Neste mesmo dia, teremos, às 18h, no Teatro, o lançamento do Guia de Luta contra a Intolerância Religiosa e o Racismo e do DVD Ojuoba (I Caminhada pela Liberdade Religiosa. Eu Tenho Fé!).

Espero contar com sua presença abrilhantando o evento e fortalecendo o início desta nova gestão com muito AXÉ para colocar a questão etnico-racial na pauta de discussões do Município de Duque de Caxias.

SEGURO PARA ESCRAVO..

Recomeçar a vida é algo inerente a todo cidadão e cidadã que tem sonhos e busca pela dignidade, e isto não é diferente com os negros, onde muitos morreram escravos ou na escravidão, sem contar que vivem em condições subumanas.
Segundo Solange Amaral conforme matéria abaixo "três meses não são suficientes para que a qualificação e a recolocação previstas ocorram, mas e, por esse motivo, propõe o aumento do prazo para pagamento do seguro." Seguro este voltado para atender a "trabalhadores egressos do trabalho forçado e que precisam de auxílio financeiro para recomeçar a vida. Até que a qualificação e a recolocação do trabalhador ocorram, há necessidade de prover a sua manutenção, e três meses de seguro-desemprego não são suficientes", assim conclui a deputada Solange Amaral, ora e para quem esta há mais de dois séculos esperando? Mediante tal, qual a dificuldade de se entender a questão racial por parte de alguns. Qual o motivo do surgimento de duvidas sobre qual o rosto dos escravizados e ex-escravos? Qual povo além de perderem o brio ainda definham?
Na historia da humanidade sempre acompanhamos atrocidades de um povo sobre o outro, mas tem algumas que não se acabam, porém podemos constatar algumas verdades, de que, enquanto não houver serenidade e seriedade para com as questões de preconceito e principalmente a desigualdade não avançaremos, em sentido nenhum, e por fim que os nossos parlamentares do legislativo em todas as esferas e os chefes e seus subordinados dos executivos juntamente com os mandatários do judiciário tenham mais responsabilidade no cumprimento de suas funções e tratem com mais seriedade as questões sociais que afetam os cidadãos e cidadãs menos informados, em sua maioria negros, os quais tem apenas um direito o de se verem obrigados a serem roubados pelo desvio do dinheiro publico e a conivência do judiciário, há!! certo tem as exceções, mas onde estão? Além do mais têm ainda os senhores coronéis que ocupam cargos de destaque como presidentes de mesas e repartições entre outros. E esses falsos profetas que estão nos diversos e vários movimentos se dizendo lideres, deixem a sua vaidade pelo holofote e a hipocrisia da sua ideologia partidária de lado e se atente um pouco mais ás questões que afetam a toda coletividade, pois é lindo seus berros clamando por igualdade mas na hora da ação que calamidade, pois do ringue não dá para ver a bilheteria, há certo tem também as exceções, não podemos generalizar. Mas as pessoas estão perdendo seu brio e definhando enquanto brigamos, e mais do que isso a sombra se apaga na escuridão e as nuvens se juntam para formar a tempestade.




Projeto - 31/07/2009
Seguro-desemprego poderá ser maior para ex-trabalhador escravo
Diógenes Santos

Para Solange Amaral, três meses são insuficientes.
A Câmara analisa o Projeto de Lei 5188/09, da deputada Solange Amaral (DEM-RJ), que aumenta de três para dez meses o prazo para pagamento de seguro-desemprego ao trabalhador resgatado de trabalho forçado ou em condições semelhantes às de escravidão. O projeto altera a Lei do Seguro-Desemprego (7.998/90).
A lei também estabelece que o Ministério do Trabalho e Emprego encaminhará esse trabalhador para cursos de qualificação profissional e para recolocação no mercado.

Recomeçar a vida
Solange Amaral acredita que três meses não são suficientes para que a qualificação e a recolocação previstas ocorram e, por esse motivo, propõe o aumento do prazo para pagamento do seguro.
"Os trabalhadores egressos do trabalho forçado precisam de auxílio financeiro para recomeçar a vida. Até que a qualificação e a recolocação do trabalhador ocorram, há necessidade de prover a sua manutenção, e três meses de seguro-desemprego não são suficientes", afirma.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

EDITORIAL: "QUILOMBOS, TERRA DE DEUS"

Cidade do Vaticano, 1º ago (RV) - Encerrou-se ontem, dia 31 de julho, em Registro, SP, a XXI Assembléia da Associação dos Bispos, Presbíteros e Diáconos negros do Brasil. Para uma nação que tem em suas origens a raça negra e para uma Igreja que é formada também por ela, essa assembléia, como tudo que se refira aos negros é de suma importância.

Acolhendo com o coração e com a inteligência aquilo que a parcela negra da Igreja diz a ela mesma e à sociedade nacional, vemos no tema "Quilombos, terra de Deus", a sede por um mundo pleno de justiça e de paz. Podemos nos perguntar por que desde o tempo de Zumbi e até hoje a existência de quilombos e do movimento negro.

Nessa Assembléia foi feita uma constatação de que as leis brasileiras emitidas desde 1831 até a famosa Lei Áurea, não deram ao povo negro o que cada uma aspirava em seu bojo. Podemos acrescentar porque talvez tenham sido outorgadas através da visão da raça branca, dominadora do governo social e portadora de audição defeituosa às autênticas necessidades negras.

Aliada a essa surdez, também acrescentamos uma visão defeituosa, ambas perdurando até hoje, confundindo cantos, ritmos, vocabulário e demais expressões culturais com teologia e religião. É necessário inculturar, isto é, separar o que é embalagem daquilo que é mensagem e isso é possível por causa do substrato existente em ambas as culturas, a negra e a branca, substrato que em primeiro lugar é o homem. É necessário aceitar a aculturação, a interação das duas culturas e, a partir daí, escutar e enxergar o que diz a religião africana tradicional e o que também diz a fé herdada de Abraão, revelada em plenitude por Jesus Cristo.

A partir da aceitação de que o Deus é o mesmo, de que Jesus Cristo morreu por todos, sejam negros ou brancos, que o binômio justiça e paz anunciado pelo Evangelho é o mesmo, ansiosamente desejado pelas duas culturas, a fé cristã deverá proporcionar um mundo sem quilombos, sem oásis, porque todo o mundo se transformou em grande quilombo, na terra de Deus. (CAS)

Fonte: Rádio Vaticano - http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=306748

Carta as comunidades quilombolas

Para além do editorial da Radio Vaticana. Tem o documento do Encontro:

Registro, 1º ago (RV) - Bispos, padres e diáconos negros, em carta divulgada nesta quinta-feira, 30, confirmaram apoio às lutas dos povos quilombolas. “Sabemos das dificuldades múltiplas que os quilombolas enfrentam no Brasil para terem suas terras tituladas”, afirmam os religiosos. “Dentre os empecilhos, além da lentidão do poder público para tal, existem os interesses espúrios dos políticos, do agronegócio, das barragens etc”, completam.

A carta foi aprovada pela 21ª Assembleia Nacional dos Bispos, Presbíteros e Diáconos Negros, encerrada sexta-feira, 31, em Registro, interior de São Paulo. Leia, abaixo, a carta na íntegra.

Carta às Comunidades Quilombolas do Brasil.

“Meu Quilombo tá lindo como quê!...”

Nós, Bispos, Presbíteros e Diáconos Negros, reunidos na XXI Assembléia Nacional na cidade de Registro de 27 a 31 de julho de 2009, região abençoada por Olorum (Criador de todas as coisas), por ser a maior concentração de Quilombos do Estado de São Paulo, estamos solidários com a luta dos quilombolas, razão pela qual trabalhamos o tema: “Quilombos, terra de Deus”.

Partindo das Leis ainda no período do império brasileiro (1831: Anti-tráfico Negreiro; 1850: Lei de Terras; 1871: Lei do Ventre Livre; 1885: Lei do Sexagenário; 1888: Lei Áurea), constatamos que, histórica e politicamente o povo negro nunca foi considerado digno neste país. Tais leis não o protegia.

Somente a Constituição de 1988, um século depois, a nossa Lei Magna reconhece o direito aos remanescentes de quilombos a regulamentarem suas terras. Mas bem sabemos que isso não acontece sem muita luta e histórica resistência. Esta sempre foi a lógica dos nossos quilombos Brasil afora.

Também sabemos das dificuldades múltiplas que os quilombolas enfrentam no Brasil para terem suas terras tituladas. Dentre os empecilhos, além da lentidão do poder público para tal, existem os interesses espúrios dos políticos, do agronegócio, das barragens, etc.

No caso do Vale do Ribeira, em se tratando da luta contra as barragens pelos seus 67 quilombos, é fato que, sendo construídas como o previsto, desaparecerão a maioria desses quilombos, a reserva da Mata Atlântica do Estado, as milenares cavernas, além das místicas tradições desses povos, conforme nos relatou, com muita propriedade, um militante do Quilombo de Ivaporunduva.

Como Ministros Ordenados, carregando o Axé da nossa negritude, nos comprometemos a sermos mais destemidamente aliados a estas e outras lutas concretas dos mais pobres e excluídos do nosso tempo, a exemplo de tantos profetas bíblicos e contemporâneos e, indiscutivelmente, de Jesus de Nazaré.

Que nossa Mãe Negra Mariama interceda por nós, continue encorajando todas as lutas proféticas de nossos quilombolas, desde o Vale do Ribeira.

Salve Zumbi! Axé!