sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nosso candidato a presidência da Câmara concedeu entrevista ao site da Câmara confira:

Confira entrevista com Aldo Rebelo

Em entrevista aos veículos de comunicação da Câmara, Aldo falou sobre seus projetos prioritários como presidente, as prioridades administrativas e o processo eleitoral. Confira os principais pontos abordados:

Projetos prioritários

A Câmara tem que reassumir a tarefa de ser a principal protagonista do debate e da votação das matérias de interesse nacional. Nós precisamos retomar a votação da Reforma Tributária e da Reforma Política e pôr na pauta as matérias relacionadas à segurança pública, que é uma preocupação do povo e um grave problema nacional. Nós também precisamos discutir a situação da escola e da saúde pública no Brasil. Eu creio que a tarefa mais imediata e mais importante da Câmara é, junto com os líderes, elaborar essa agenda. Isso é o mínimo que a Câmara dos Deputados deve fazer.

Prioridades administrativas

As prioridades administrativas estão relacionadas a duas preocupações. A primeira é elevar a qualificação do corpo de servidores da Câmara. Nós temos que elevar a atualização e o aperfeiçoamento dos nossos servidores para o exercício de todas as atividades da Câmara, porque eles constituem o patrimônio mais importante e permanente da nossa instituição. A outra preocupação, do ponto de vista interno, é melhorar as condições para o exercício do mandato dos deputados. A representação do povo, que está no mandato de cada parlamentar, tem que receber da Câmara todas as condições para seu exercício pleno.

Relação com o Executivo

A relação do Legislativo com o Poder Executivo é de harmonia e de independência. A Câmara dos Deputados, pela Constituição do Brasil, tem quase uma corresponsabilidade na administração do País. Mas a Câmara tem a tarefa, além de legislar e votar o orçamento, de fiscalizar o Poder Executivo. Acho que a Câmara deve cumprir essas prerrogativas sem desperdiçar a energia dos seus melhores quadros em atividades como apenas defender o governo ou fazer obstrução. A Câmara tem que se colocar acima das disputas entre governo e oposição, tem que se preocupar com os interesses do povo e ser a protagonista das matérias de interesse nacional e de interesse da população.

Relação com o Judiciário

A posição do Poder Legislativo em relação ao Poder Judiciário é também de harmonia e de independência. A Câmara deve buscar auxiliar o Poder Judiciário no cumprimento da sua tarefa de tornar a Justiça ágil e democrática. Mas não pode aceitar, sob nenhum pretexto, que o Judiciário passe a legislar. A Câmara não é Poder Judiciário. Portanto, a Câmara não julga, mesmo quando o Judiciário fica a dever à sociedade. E a Câmara pode auxiliar o Judiciário com recursos, com os meios e com uma legislação adequada para o interesse do País.
Eleição

O governo tem como candidatos de sua base os deputados Michel Temer, Ciro Nogueira e Osmar Serraglio. E eu também sou candidato à eleição da Mesa, da base governista. Por esse motivo, o governo não deve interferir na eleição, pois isso é um assunto dos deputados, e creio que eles escolherão com sabedoria o próximo presidente da Câmara.

Relação entre as eleições na Câmara e no Senado

O que fortalece a minha candidatura é o apoio que tenho recebido de deputados de todos os partidos. Todos nós sabemos que o presidente Sarney é uma instituição do País, como ex-presidente da República querido e respeitado por todos nós. A candidatura dele diz respeito ao Senado Federal. O que nós estamos decidindo aqui é a escolha do presidente da Câmara dos Deputados pelos deputados federais.

O que causa alguma insegurança é a possibilidade de um mesmo partido presidir as duas instituições, presidir a Câmara e presidir o Senado. Isso, de fato, causa uma insegurança e deve estar preocupando a outra candidatura.

Mas qualquer um dos 513 deputados tem o direito de presidir a Câmara dos Deputados. Basta se inscrever como candidato e receber o voto qualificado do colégio eleitoral que é composto pelos próprios parlamentares.

Porque presidir a Casa de novo

Eu creio que a Câmara precisa resgatar seu papel como instituição capaz de centralizar uma agenda de interesse do País. Não podemos deixar a Câmara dos Deputados submissa a uma rotina de votar ou obstruir medidas provisórias ou votar projetos de interesse de corporações, que são projetos legítimos, mas não são projetos que interesse do País.

Da Reportagem/MS(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')Agência CâmaraTel. (61) 3216.1851/3216.1852Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br

Mudança de paradigma

Com o passar do tempo, percebe-se como os eventos de uma grande crise podem potencializar o surgimento de novas correntes de pensamento e ação. Dadas a manifestação inicial e a reação imediata por parte dos governos de diferentes países, a crise atual do capital globalizado já implica significativa mudança de paradigma.

Nas últimas duas décadas, o paradigma dominante era o das mudanças, que se expressou na reforma do Estado, com a privatização e a focalização do gasto social, na financeirização da riqueza, na desregulação dos mercados (financeiro, de bens e trabalho), entre outros. Isso provocou um enorme desbalanceamento na relação entre o Estado e o mercado, com extrema valorização do último.

Em vez da preocupação fundamental com resultados que melhorassem a condição de vida e trabalho do conjunto da sociedade, prevaleceu o enfoque centrado na eficiência competitiva do mercado diante do Estado, permeado por visões vazias de indicadores e instrumental operacional insensíveis ao sofrimento humano.

Com a redução do Estado, as finanças passaram a funcionar como se fossem um fim em si mesmas, fazendo crer que a riqueza poderia ser criada sem passar pela economia real.

Se considerado só os primeiros momentos da crise atual, percebe-se como está em curso uma profunda mudança de paradigma, diferente do anterior paradigma de mudanças.

Isso pode ser identificado, por exemplo, nas políticas anticrise atuais que ocorrem sem a interferência das Nações Unidas, sobretudo do FMI e do Banco Mundial. Antes, dificilmente alguma experiência de enfrentamento de crise ocorria sem a presença de agências multilaterais.

Mesmo que se constate a presença do G-20 nas tentativas de organização da convergência de ações anticrise, não caberiam dúvidas a respeito da urgência de novas bases institucionais para a governança global. O reposicionamento dos principais atores (Estado, sociedade e mercado) precisa ser restabelecido nestes novos tempos de mudança de paradigma.

Também em relação ao conjunto de políticas econômicas e sociais em curso para enfrentar a crise, registra-se o perfil muito distante do adotado em períodos anteriores de grave turbulência econômica.

Nas crises dos anos 1980, por exemplo, a orientação predominante era a dos ajustes na contenção da demanda interna (corte de emprego e salários) para forçar o surgimento artificial de excedente exportador, só adequado às exigências de pagamento dos serviços financeiros da dívida externa.Durante a década de 1990, as crises foram respondidas por reformas liberalizantes que geraram a ilusão de que o menos (direitos, renda e ocupação) não significaria, em consequência, o mais (pobreza, desemprego e precarização).

Nos dias de hoje, percebe-se a manifestação de certa confluência espontânea em torno da adoção de políticas anticrise que procuram defender e promover a produção e o emprego em praticamente todos os países.

Por fim, cabe ainda chamar a atenção para o fato de que, ao contrário do anterior paradigma de mudanças, que exigia o afastamento do Estado para o pleno e efetivo funcionamento dos mercados, prevalece a atual força da realidade. Ou seja, a forte pressão das próprias forças de mercado para que o Estado avance mais e de forma rápida.

Destaca-se que, no cenário de mudança de paradigma, o Estado forte torna-se plenamente compatível com o vigor do mercado, colocando em desuso a máxima do pensamento neoliberal de que menos Estado representaria mais mercado e vice-versa. No caso dos EUA, por exemplo, o déficit fiscal esperado para 2009 pode alcançar 8% do PIB, somente comparável à experiência da década de 1940.

Resta saber, contudo, se a atual mudança de paradigma, que aponta para o redescobrimento do Estado, atende prioritariamente às exigências de ricos e poderosos interessados na socialização dos prejuízos impostos pela crise. Ou se, por outro lado, inaugura, de fato, um novo padrão civilizatório, em que a reorganização do Estado em novas bases permitirá um balanço mais saudável com a sociedade e o mercado.

* Marcio Pochmann é o presidente do Ipea

Fonte: Folha de S.Paulo

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ex-deputada aspirará à presidência da Costa Rica



Costa Rica


São José (Prensa Latina) A presidenta do Partido Ação Cidadã (PAC), Epsy Campbell (foto), pretenderá a cadeira presidencial nas eleições programadas para 7 de fevereiro de 2010, em Costa Rica, confirmaram hoje fontes da organização política.Sondagens divulgadas por empresas jornalísticas e consultoras privadas coincidem em que a ex deputada (2002-2006) é mais favorecida pelos possíveis votantes em relação com o líder do agrupamento e duas vezes candidato à primeira magistratura, Otón Solís. Ainda que o anúncio ainda não é oficial, integrantes dessa força receberam com beneplácito a notícia da aspiração de Campbell e consideraram que isso fortalecerá a democracia interna do PAC, assinalou hoje o diário digital Nosso País.Antecipadamente, a mulher expressou dantes sua intenção de propiciar a união eleitoral com setores do Movimento Patriótico Costarriquenho, contrários ao Tratado de Livre Comércio com Centro-américa, República Dominicana e Estados Unidos.Em tanto, o fundador do partido negou-se a incluir a comunistas e a sindicalistas na campanha pela presidência. O PAC é uma aliança que dá cabida a todos os que queiram participar, mas ou respeitando os estatutos do partido , declarou Solís.A provável candidatura da ex deputada será analisada na Assembléia Nacional, único mecanismo para selecionar ao possível presidente pelo partido, recordou o legislador, José Joaquim Salazar.No conclave, previsto para fevereiro deste ano, se estudariam as opções para a eleição interna, de se concretizar a aspiração de Campbell, adiantou o congressista.Fontes do Movimento Patriótico, que impulsionam a união eleitoral, coincidiram em que o PAC, com Solís como candidato, sem o apoio de outras forças políticas, será derrotado nas eleições do 2010."O PAC só não tem a suficiente força eleitoral para chegar a governar e precisa uma aliança com setores sociais, com o movimento popular e com outros partidos, mas existe a negativa de Otón Solís a que se possa dar essa união em torno de um programa de Governo", destacou o agrupamento num de seus documentos.


Texto: Prensa Latina / Postado em 07/01/2009 ás 03:39

Re-reeleição é discussão imprópria

Re-reeleição é discussão imprópria
Artigo publicado no blog do Noblat


Reeleição é instituto próprio de governos republicanos, sobretudo daqueles países de sistema presidencialista. Alguns estados parlamentaristas até prevêem a reeleição do presidente, mas, nestes casos, a força política emana do gabinete do primeiro-ministro, cuja recondução é objeto de entendimento entre os partidos.

No Brasil republicano e presidencialista é novidade. O Congresso Nacional aprovou a norma, em 1997, para reconduzir o então presidente Fernando Henrique, mudando a regra no meio do jogo. O presidente Lula também se reelegeu.

Agora o debate sobre recondução está de volta à agenda política do país. Iniciativas parlamentares prevêem o direito a um terceiro mandato do presidente da República, governadores e prefeitos. Está claro que as inapropriadas propostas legislativas visariam beneficiar o presidente Lula, mas este já deixou claro que, em 2011, passará a faixa presidencial ao seu sucessor.

Em que pese tratar-se de propostas da lavra de parlamentares da base, elas não servem ao Governo, que conquistou a estabilidade econômica e vai aos poucos reduzindo a divisão social. Também não são de interesse público e nem fortalecem o Estado Democrático de Direito, por ensejarem disputas ideológicas, que nada contribuem para a construção de uma nação cidadã, soberana e justa.

No nível em que foi posto, o debate atende a forças políticas que estão sem discurso e sem ação pelo fato de se encontrarem apeadas do poder central. Por isso, se agarram a pretexto diversos para tentar desestabilizar o Governo, desmoralizar a República e enfraquecer a Federação.

O Brasil ainda é um país de centenárias injustiças sociais, mas onde cada vez mais políticas públicas são adotadas para reverter esta situação. Estamos apenas estáveis econômica e politicamente. Mas temos vulnerabilidades nos dois setores, que refletem no social. Exemplos são as altas taxas de juros, que penalizam o capital produtivo e encarecem o crédito ao consumidor, e a legislação partidária e eleitoral que abre brechas para o fisiologismo e o patrimonialismo, dois sustentáculos da corrupção.

Do ponto de vista da geopolítica, a consolidação democrática em curso no Brasil assegura equilíbrio à América Latina. O contrário abriria caminhos para o caudilhismo e o totalitarismo, que são “regimes” de governo que vivem de plantão e dispostos a fomentar o atraso, sobretudo numa região de tantas desigualdades.

Tratar, portanto, da possibilidade de um terceiro mandato presidencial, no momento em que o país se fortalece internamente e contribui para a democratização da Região, torna-nos vulnerável frente à comunidade internacional.

É o mesmo que implorar às nações amigas desenvolvidas e emergentes que não nos levem a sério, porque constantemente mudamos regras e gostamos de desestabilizar nossa democracia.

Desse modo, seria imprudência embarcar numa aventura que fosse capaz ainda de manchar a biografia de uma liderança política como a de Lula, que foi escrita na luta ao lado das forças progressistas pelo resgate dos direitos políticos dos brasileiros.

É direito do parlamentar apresentar proposta de mudança à Legislação, ainda que descontextualizada de uma reforma política. Mas o Congresso Nacional saberá, também, legitima e democraticamente, dar tratamento de arquivo a estes e outros projetos que têm o mesmo objetivo. Assim, sepultaremos de vez essa inócua e inoportuna discussão.


*Renato Casagrande, 46, engenheiro florestal e advogado, é Líder do PSB no Senado. É ex-vice-governador do ES (94-98) e como deputado federal, na legislatura passada, atuou na condição de vice-líder do Governo e de líder do PSB na Câmara.

Discurso de Posse do Presidente Obama

Por Luiz Marcondes)

"Meus concidadãos: estou aqui na frente de vocês me sentindo humilde pela tarefa que está diante de nós, grato pela confiança que depositaram em mim e ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush por seu serviço à nação, assim como também pela generosidade e cooperação que ele demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial.
As palavras já foram pronunciadas durante marés crescentes de prosperidade e nas águas tranqüilas da paz. Ainda assim, com muita freqüência o juramento é pronunciado em meio a nuvens que se aproximam e tempestades ferozes. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas devido à habilidade e visão daqueles em posição de poder, mas porque Nós, o Povo, continuamos fiéis aos ideais de nossos fundadores e aos documentos de nossa fundação. Tem sido assim. E assim deve ser com esta geração de americanos. Que estamos no meio de uma crise agora já se sabe muito bem. Nossa nação está em guerra contra uma extensa rede de ódio e violência. Nossa economia está muito enfraquecida, uma conseqüência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também de nossa falha coletiva em fazer escolhas difíceis e em preparar a nação para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos cortados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham demais; e cada dia traz mais provas de que a maneira como utilizamos energia fortalece nossos adversários e ameaça nosso planeta. Esses são os indicadores da crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profunda é a erosão da confiança em todo nosso país – um medo persistente de que o declínio da América seja inevitável e de que a próxima geração tenha que baixar suas expectativas. Hoje, eu digo a você que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão encarados com facilidade ou num curto período de tempo. Mas saiba disso, América – eles serão encarados. Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança no lugar do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia.

Neste dia, nós viemos proclamar um fim aos conflitos mesquinhos e falsas promessas, às recriminações e dogmas desgastados que por muito tempo estrangularam nossa política. Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da Escritura, chegou a época de deixar de lado essas coisas infantis. Chegou a hora de reafirmar nosso espírito de resistência para escolher nossa melhor história; para levar adiante o dom preciso, a nobre idéia passada de geração em geração: a promessa divina de que todos são iguais, todos livres e todos merecem buscar o máximo de felicidade.

Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi feita por meio de atalhos ou nos contentando com menos. Não foi um caminho para os de coração fraco – para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou que buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Em vez disso, foram aqueles que se arriscam, que fazem, que criam coisas – alguns celebrados mas com muito mais freqüência homens e mulheres obscuros em seu trabalho, que nos levaram ao longo do tortuoso caminho em direção à prosperidade e à liberdade.

Foi por nós que eles empacotaram suas poucas posses materiais e viajaram pelos oceanos em busca de uma nova vida. Foi por nós que eles trabalharam nas fábricas precárias e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas e araram terra dura. Foi por nós que eles lutaram e morreram em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn. Muitas e muitas vezes esses homens e mulheres se esforçaram e se sacrificaram e trabalharam até que suas mãos ficassem arrebentadas para que nós pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como sendo algo maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é uma jornada que continuamos hoje. Nós ainda somos a mais próspera e poderosa nação da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos inventivas, nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade permanece inalterada. Mas nossa época de proteger patentes, de proteger interesses limitados e de adiar decisões desagradáveis – essa época com certeza já passou. A partir de hoje, temos de nos levantar, sacudir a poeira e começar de novo o trabalho para refazer a América.

Porque, em todo lugar que olhamos, há trabalho a ser feito. O estado da economia pede ação ousada e rápida, e nós iremos agir – não apenas para criar novos empregos, mas para estabelecer uma nova fundação para o crescimento. Iremos construir as estradas e as pontes, as linhas elétricas e digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Iremos restaurar a ciência a seu lugar de direito e utilizaremos as maravilhas tecnológicas para melhorar a qualidade da saúde e diminuir seus custos. Nós iremos utilizar a energia do sol e dos ventos e do solo para impulsionar nossos carros e fábricas. E iremos transformar nossas escolas e faculdades para que eles estejam à altura dos requisitos da nova era. Nós podemos fazer tudo isso. E nós faremos tudo isso.

Agora, existem algumas pessoas que questionam a escala de nossas ambições – que sugerem que nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. A memória dessas pessoas é curta. Porque eles esquecem do que este país já fez; do que homens e mulheres livres pode conquistar quando a imaginação se une por um propósito comum e a necessidade se junta à coragem.

O que os cínicos não compreendem é que o contexto mudou totalmente – que os argumentos políticos arcaicos que nos consumiram por tanto tempo já não se aplicam. A questão que lançamos hoje não é se nosso governo é grande ou pequeno demais, mas se ele funciona – se ele ajuda famílias a encontrar trabalho por um salário justo, seguro-saúde que possam pagar, uma aposentadoria digna. Se a resposta for sim, iremos adiante. Se for não, programas acabarão. E aqueles dentre nós que gerenciam o dólar público serão cobrados – para que gastem de forma inteligente, consertem maus hábitos e façam seus negócios à luz do dia – porque só então conseguirmos restabelecer a confiança vital entre as pessoas e seu governo.

Nem a questão diante de nós é se o mercado é uma força positiva ou negativa. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não tem paralelo, mas esta crise nos lembrou de que, sem um olho vigilante, o mercado pode perder o controle – e a nação não pode mais prosperar quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; em nossa habilidade de estender a oportunidade a todos os corações que estiverem dispostos – não por caridade, mas porque esta é a rota mais certa para o bem comum.

Quanto à nossa defesa comum, nós rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os Fundadores de Nossa Nação, que encararam perigos que mal podemos imaginar, esboçaram um documento para assegurar o governo pela lei e os direitos dos homens, expandidos pelo sangue das gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e nós não desistiremos deles por conveniência. Assim, para todos os outros povos e governos que estão assistindo hoje, da maior das capitais à pequena vila onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de cada nação e de todo homem, mulher e criança que procura um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.

Lembrem-se de que gerações que nos antecederam enfrentaram o fascismo e o comunismo, não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles compreendiam que o poder sozinho não pode nos proteger e nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles sabiam que nosso poder cresce pro meio de sua utilização prudente; nossa segurança emana da justiça de nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e do auto-controle.

Somos os guardiões desse legado. Mais uma vez, guiados por esses princípios, podemos encarar essas novas ameaças, que exigem esforços ainda maiores – ainda mais cooperação e compreensão entre nações. Nós começaremos a deixar o Iraque para seu povo de forma responsável, e forjaremos uma paz conquistada arduamente no Afeganistão. Com velhos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear e afastar a ameaça de um planeta cada vez mais quente. Nós não iremos nos desculpar por nosso estilo de vida, nem iremos vacilar em sua defesa, e para aqueles que buscam aperfeiçoar sua pontaria induzindo terror e matando inocentes, dizemos a vocês agora que nosso espírito não pode ser quebrado; vocês não podem durar mais do que nós, e nós iremos derrotá-los.

Porque nós sabemos que nossa herança multirracial é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e de pessoas que não possuem crenças. Nós somos moldados por todas as línguas e culturas, trazidas de todos os confins da terra; e porque já experimentamos o gosto amargo da Guerra Civil e da segregação e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos evitar de acreditar que os velhos ódios um dia irão passar; que as linhas que dividem tribos em breve irão se dissolver; que, conforme o mundo fica menor, nossa humanidade em comum irá se revelar; e que a América deve desempenhar seu papel nos conduzir a essa nova era de paz.
Para o mundo muçulmano, nós buscamos uma nova forma de evoluir, baseada em interesses e respeito mútuos. Àqueles líderes ao redor do mundo que buscam semear o conflito ou culpar o Ocidente pelos males da sociedade – saibam que seus povos irão julgá-los pelo que podem construir, não pelo que podem destruir. Àqueles que se agarram ao poder pela corrupção, pela falsidade, silenciando os que discordam deles, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas nós estenderemos uma mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos. Às pessoas das nações pobres, nós juramos trabalhar a seu lado para fazer com que suas fazendas floresçam e para deixar que fluam águas limpas; para nutrir corpos esfomeados e alimentar mentes famintas. E, para aqueles cujas nações, como a nossa, desfrutam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais tolerar a indiferença ao sofrimento fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem nos importar com o efeito disso. Porque o mundo mudou, e nós temos de mudar com ele. Enquanto pensamos a respeito da estrada que agora se estende diante de nós, nos lembramos com humilde gratidão dos bravos americanos que, neste exato momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos contar hoje, do mesmo modo que os heróis que tombaram em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não apenas porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir a outros; uma disposição para encontrar um significado em algo maior do que eles mesmos. E ainda assim, neste momento – um momento que irá definir nossa geração – é exatamente esse espírito que deve estar presente em todos nós. Por mais que um governo possa e deva fazer, é em última análise na fé e na determinação do povo americano que esta nação confia. É a bondade de acolher um estranho quando as represas arrebentam, o desprendimento de trabalhadores que preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos assistem em nossas horas mais sombrias. É a coragem de um bombeiro para invadir uma escadaria cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai para criar uma criança que finalmente decidem nosso destino. Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais as enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso sucesso depende – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, essas cosias são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas foram a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história. O que é exigido então é um retorno a essas verdades. O que é pedido a nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento por parte de todo americano, de que temos deveres para com nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos rancorosamente, mas que, pelo contrário, abraçamos com alegria, firmes na certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito e que defina tanto nosso caráter do que dar tudo de nós mesmos numa tarefa difícil. Esse é o preço e a promessa da cidadania. Essa é a fonte de nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos convoca para dar forma a um destino incerto. Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo – o motivo pelo qual homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em celebração por todo este magnífico local, e também o porquê de um homem cujo pai a menos de 60 anos talvez não fosse servido num restaurante local agora poder estar diante de vocês para fazer o mais sagrado juramento. Por isso, marquemos este dia relembrando quem somos e o quanto já viajamos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno grupo de patriotas se reuniu em torno de fogueiras quase apagadas nas margens de um rio gélido. A capital foi abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução estava mais incerto, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo: “Que seja contado ao mundo futuro... Que no auge de um inverno, quando nada além de esperança e virtude poderiam sobreviver... Que a cidade e o país, alarmados com um perigo em comum, se mobilizaram para enfrentá-lo.
América. Diante de nossos perigos em comum, neste inverno de nossa dificuldades, deixe-me lembrá-los dessas palavras imortais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes gélidas e suportar as tempestades que vierem. Que os filhos de nosso filhos digam que, quando fomos colocados à prova, nós nos recusamos a deixar esta jornada terminar, que nós não demos as costas e nem hesitamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos a diante o grande dom da liberdade e o entregamos com segurança às gerações futuras.”

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Partido Socialista Brasileiro

União contra a crise


Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia de 1998, exibe em seu livro Desenvolvimento como liberdade um dado impressionante: durante todo o século XX, foi precisamente nas décadas das duas Grandes Guerras que a população inglesa apresentou os mais altos índices de aumento da expectativa de vida.
Razão: as pessoas fizeram da solidariedade um remédio contra as duríssimas condições impostas pelos conflitos militares, e o Estado ampliou enormemente o investimento em programas sociais; com isso, produziu-se um impacto positivo na qualidade de vida do povo, superior àquele obtido em tempos de paz.
Guardadas as devidas proporções, a correta abordagem da crise econômica em curso pode gerar uma melhora considerável das condições de vida do povo brasileiro. Para que isso ocorra, a construção de um ambiente de entendimento e concertação política é fundamental; dele deverá resultar a construção de uma estratégia de enfrentamento da crise, capaz de congregar diferentes forças políticas e segmentos sociais.
Malgrado todas as dificuldades, o Brasil, nas últimas décadas, vem obtendo vitórias importantes na gestão econômica, entre elas: o aprimoramento da organização das contas públicas, com a implementação do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e da Conta Única do Tesouro Nacional, durante o governo Sarney; a estabilidade monetária, a partir da implantação do Plano Real, no governo de Itamar Franco; um maior equilíbrio na gestão dos recursos públicos, com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Sob o comando de Lula, essas conquistas foram mantidas, e o país alcançou também índices animadores de crescimento do PIB e resultados expressivos no combate à desigualdade. O que esses últimos anos revelam, portanto, é a plena viabilidade de se articular, num projeto macroeconômico único, crescimento do PIB, melhora da distribuição da renda, sucesso no combate à inflação, racionalidade e transparência dos gastos públicos. De fato, a partir do segundo mandato do presidente Lula, o PIB cresceu a taxas superiores às taxas de inflação, o que só havia ocorrido no final do governo do presidente Dutra, há quase 60 anos; registrou-se a ampliação da classe C, à custa da redução das classes D e E, juntamente com o aumento do emprego formal; ocorreu a diminuição em cerca de 7% do índice de Gini; e tanto a sociedade quanto o Estado aprimoraram os mecanismos de publicização e controle da utilização dos recursos públicos. Além disso, o país alcançou progressos relevantes na área energética, com o sucesso na produção e utilização do etanol e as perspectivas a médio prazo de exploração das reservas do pré-sal.
Apresentou também avanços, embora ainda incipientes, na área ambiental. No entanto, há um caminho considerável a percorrer. Como um problema de primeira ordem, ainda sofremos de relativa fragilidade estrutural para promover um crescimento econômico continuado, ao longo de vários anos, com índices próximos dos dois dígitos; o crescimento recente, por exemplo, dependeu, em boa medida, de um fator conjuntural, no caso, a elevação momentânea dos preços das commodities exportadas pelo país. Por sua vez, o sistema tributário nacional, graças ao enorme peso dos tributos indiretos, sobrecarrega os mais pobres, atuando como poderoso fator de agravamento da concentração de renda. Essa distorção se torna especialmente grave em momentos como este, em que os produtos de primeira necessidade sofrem expressivo aumento de preços, apesar da tendência geral de desaceleração da inflação.
A adoção de um modelo baseado em poupança interna e juros baixos deverá oferecer condições para um desenvolvimento econômico consistente e duradouro e proteger o país dos problemas gerados pela entrada excessiva do capital estrangeiro, a saber: a sobrevalorização do real e a deterioração da competitividade de nossas exportações, o déficit em transações correntes e a tendência à fuga de capitais, em situações críticas.
Quanto à ampliação da renda, especialmente a dos mais pobres, a completa desoneração tributária da cesta básica é medida essencial e inadiável. Esta é uma crise particularmente severa.
No curto prazo, ela exige dos brasileiros serenidade, inteligência e, sobretudo, união; no médio prazo, caso sejamos bem-sucedidos, poderemos oferecer ao mundo o bom exemplo de uma nação mais próspera, justa, democrática e ambientalmente sustentável.

Rodrigo Rollemberg –
deputado Federal/PSB - DF
Líder do PSB na Câmara dos Deputados

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

De Lídice a Gaza

De Lídice a Gaza

Partido Socialista Brasileiro - PSB

Lídice, era uma pequena vila ao Nordeste de Praga, na então TChecoslováquia. No dia 10 de junho de 1942, num dos mais infames atos da segunda/ II Guerra Mundial, Hitler mandou exterminá-la, com todos os seus pertences, homens, mulheres, crianças e edificações. Todos os seus 172 adultos e adolescentes foram assassinados e as mulheres transferidas para campos de concentração, nos quais a maioria morreu. Na caçada aos guerrilheiros, mil ‘suspeitos’ foram assassinados, 3 mil judeus foram deportados para campos de extermínio, outros 500 foram presos em Berlim -- e desses, 152 executados. Concluída a ‘limpeza étnica’, todos os prédios de Lídice foram destruídos, um a um. O solo foi coberto por gramados, o nome da cidade mudado, e ela mesma retirada dos mapas alemães. Por que tanto ódio, tanta fúria bestial, tanta violência? Em maio daquele ano, membros do movimento ‘TChecoslováquia livre’ que lutavam pela libertação de sua Pátria invadida haviam assassinado o responsável pelo Reich na Boemia, soldado a quem Hitler homenageava chamando-o de ‘coração de aço’. Para quê? Para dar uma lição, simplesmente para isso, para dar uma lição aos insurgentes de modo que, aprendendo-a, jamais ousassem ferir um nazista. Cuidadosamente preparada e meticulosamente realizada -- com a mesma esmagadora diferença de meios que separava os patriotas tchecos das tropas nazistas, fazendo de uns mártires e de outros assassinos covardes -- esta política do fato consumado no Oriente Médio dá continuidade à limpeza étnica a que se dedicam os dirigentes israelenses, ao arrepio de qualquer noção de direitos humanos. Desde 1948. No momento em que escrevo já foram assassinados cerca de 600 palestinos e contam-se mais de 4 mil feridos, na sua maioria mutilados. Os hospitais, os que não foram destruídos pelas bombas da potência ocupante, não dão conta das amputações. As baixas do Estado de Israel seriam oito pessoas -- quatro militares e quatro civis. Trinta e um soldados israelenses foram feridos. Como chamar a isso de ‘guerra defensiva’? E não cessa a fome de Israel pelos territórios palestinos. E as grandes potências dizem que as duas partes devem igualmente acabar com as hostilidades. E os EUA, cujo império militar dá respaldo às ações de Israel, cujo direito de veto no Conselho de Segurança, impede, criminosamente, qualquer ação da ONU, dizem que o Hamas é o grande culpado, como culpado era o Hersbolah (1.200 mortos em 2006), como culpados eram o Líbano e sua população civil, os refugiados de Sabra e Chatila, assassinados, porque culpados são sempre os ‘outros’, os bárbaros, que teimosamente não dão graças a Deus pela honra de terem seus lares ocupados por colonos judeus e sua gente metralhada pelo exército do Estado de Israel. Teimam em viver e habitar a terra de seus avós. Como ocorreu com Lídice e com Guernica, bombardeada na guerra civil espanhola, Gaza está sendo destruída, sua gente assassinada, demolidos os edifícios, as casas, as escolas, os hospitais, todo o sistema de serviço público, a rede de distribuição alimentos, as ruas, as avenidas. Não ficará pedra sobre pedra. Como em Guernica e como em Lídice que ficaram lembrando eternamente o holocausto. Na esperança de que, lembrado, o crime não se repetisse. Em homenagem às vítimas de Lídice, cada país aliado na luta contra o nazismo batizou com seu nome um município. A Lídice brasileira fica no Rio de Janeiro. A vingança de Israel contra o lançamento dos foguetes artesanais tem um nome: terrorismo de Estado. Como ninguém parece ter nada com isso, o morticínio prossegue, e só cessará quando o vingador se sentir enfastiado, saciado ou cansado, e já não puder levantar o braço para acionar suas bombas, lançar seus mísseis, manobrar seus tanques, pilotar seus aviões e seus helicópteros. Amparado pelos EUA, o governo de Israel dá bananas para a chamada comunidade internacional e proíbe a presença de jornalistas e a chegada de ajuda humanitária em Gaza. No quadro de hoje, qualquer alegativa de ‘auto-defesa’ é mero escárnio, mais um, à nossa inteligência. Quantos seres humanos ainda terão que morrer, serem mutilados, passar fome, perder o direito à esperança e ao futuro, para que um dia a comunidade internacional intervenha no Oriente Médio, estabeleça as decisões da ONU e assegure igualmente o direito de Palestinos e israelenses ao seu Estado? Um famoso judeu, o mais humanista de todos eles, Karl Marx, em passagem que ficou exemplar, lembra que, se a história se repete duas vezes, se repete uma vez como tragédia e outra vez como farsa. Os algozes de hoje foram ontem vítimas do holocausto. A esperança, sempre resta uma esperança, é que um dia se levantará contra a força bruta do massacre a força moral de um Tribunal Russell -- pois, sabem todos, os derrotados não podem convocar Nuremberg. Mas até lá, o que nos dirá a ‘comunidade internacional’? Reagirá como reagiu às ‘armas de destruição em massa’ do Iraque? Ou como reagiu à invasão da Geórgia pela Rússia? Ou à ‘limpeza ética’ de Milosevic na antiga Iugoslávia?

Roberto Amaral

A questão Palestina - presente de grego do Foreign Office à humanidade

A questão Palestina - presente de grego do Foreign Office à humanidade

Por muito tempo, para um brasileiro de esquerda nesses anos pós-1989, a guerra árabe-israelense tem sido relegada a plano secundário, para cuja solução deixou-se de cobrar urgência. É hora disso mudar. Ausente de nossa pauta de preocupações, talvez não tenhamos na cabeça massa de dados e argumentos não só ordenados, mas historicamente abonados, para explicar o drama que se desenrola diante de nossos olhos hoje. Mas qualquer um de nós sente que a questão palestina, especificamente a invasão israelense a Gaza, hoje, agora, tem a ver com os nossos compromissos senão partidários, pelo menos de consciência, de foro íntimo, tem a ver com a práxis e aplicação das teorias que nos justificam como homens de esquerda. Senão por tudo que conseguimos captar dos noticiários, a questão tem a ver com nossa consciência pelo menos quando somos postos diante da cena de uma criança de meses morta nos braços do pai, trabalhador comum, num ambiente de caos, à frente de soldados blindados para “guerra nas estrelas”, protegidos por tanques e foguetes “artificialmente inteligentes” e orientados por satélites, tudo isso graças ao poderio norte-americano. Completa o “emprestado” quadro high tech as manchetes enaltecendo a precisão cirúrgicas das armas invasoras: Gaza tem 320km2 e um milhão e quinhentos mil habitantes. Note-se que nos anos 90 falava-se que a ajuda norte-americana a Israel cifrava-se em US$ 11 bilhões por ano. Do lado palestino, o soldado cru e nu que hoje somos todos nós, o sem-camisa, o sans culotte. Mas, com toda a coragem de um homem, engaja-se numa guerra em que a proporção é, agora, 4 high techs para 140 sans culottes. Não satisfeito com essa relação, o general comandante da operação manda a população civil fugir, se estiver na rua será alvo. Ipso facto, há dois anos mantém sítio rigoroso a Gaza. A relação aí, frente à população civil, mulheres e crianças, nesses 12 dias de bombardeio aéreo, naval e de tanques, é de 600 mortos para mais de 5000 feridos. O território está fechado até (e principalmente) para as autoridades da ONU. Não há água, não comida, não há eletricidade, não há hospitais nem há dia ou noite. Só o inferno. A loucura desenfreada de dois governos em ocaso está levando o mundo a catástrofes da mesma dimensão do Holocausto de 1939-45. A ironia é que aqui como lá continua a mesma relação de forças entre vítima e agressor. Então, que nos perdoem a brevidade e falta de notas de rodapé na exposição de nossos argumentos. Uma das razões é que sobre o conflito árabe-israelense, mais ainda, sobre o conflito palestino-israelense, nosso lastro de informações é mais que minguado, é fragmentado, de propósito minguado e fragmentado. E esse “nosso” quer significar os setores ditos cultos não apenas no meio acadêmico brasileiro, mas do meio acadêmico dos pólos que nos irradiam cultura. Para que, além dos protagonistas árabes e judeus jamais haja “um culpado” sobre essa tragédia, truncam-se os dados que explicariam sua trama, seu enredo, principalmente a “ação desses personagens”. O interessante é que hoje a estratégia de truncamento não mais opõe comunismo–capitalismo, opõe democracia – Israel, como ponta de lança dos Estados Unidos, e terrorismo – o Hamas. Uma farsa que nos considera imbecis. Todos sabemos que quando da fundação do Estado de Israel, o depoente é Menahem Begin em The revolt, as organizações terroristas, principalmente a Irgun, que esse ganhador de Prêmio Nobel da “Paz” dirigiu (assim mesmo, leiam o livro) tiveram papel fundamental na evacuação da população civil e roubo de suas propriedades. Nessa época não era crime admitir-se terrorista. Advirtamos aqui que em relação à guerra árabe-israelense, que no mínimo tem hoje 62 anos, faremos comentários sobre as razões de ambos os lados. No que tange, porém, a invasão israelense em curso em Gaza, hoje, não temos dúvida em condenar Israel. Dizimando civis e soldados desarmados, a operação pretende “limpar” a imagem desse exército e governo, tendo em vista o fiasco da invasão do Líbano em 2006. A operação presta serviço à derrotada e mundialmente repudiada administração Bush, procurando criar fatos consumados com que fundamentalistas norte-americanos e israelenses possam produzir escolhos à administração Obama. Com o sangue de mulheres e crianças, a operação pretende ganhar as próximas eleições em Israel. É ação covarde, vil. O grande culpado Restringindo-nos ao final do século XIX e primeira metade do século XX, podemos afirmar que o conflito tem formação na Caixa de Pandora que representou, na Europa, Eurásia e Oriente Médio, alguns dos eventos como os a seguir itemizados: a) o surgimento e exacerbação, no contexto que envolve as duas guerras, do conceito de “nacionalismo” como estratégia de libertação de povos oprimidos; b) a desagregação ou o desmoronamento radical dos Impérios Austro-Húngaro e Otomano, deixando seus povos – relíquias de um feudalismo oriental bizantino – , na condição de presa de um colonialismo e imperialismo não menos retrógrados que aquele; c) a fraqueza da Inglaterra, quer como “massa étnica”, quer como unidade política e força militar, para desempenhar as funções de líder mundial, não só nessa fase, mas desde 1815. Justifiquemos com a advertência: se o “se” não existe em História, pelo menos é instrumento para a sua compreensão. Nesse sentido, à ausência do ideário nacionalista, do modo específico como então e ainda hoje se manifesta – língua, cultura e religião como base para postulação da autodeterminação de povos oprimidos –, o sionismo não se teria constituído, tão rapidamente e até hoje sem contestação interna, numa força aglutinadora das comunidades judaicas de todo o mundo; igualmente, à ausência dessas idéias, a entidade islâmica Uma – comunidade espiritual –, também não teria abrigado, tão rapidamente e sem críticas, os anseios de reunificação do mundo árabe em torno de lideranças carismáticas seculares. Num caso, o nacionalismo casa-se com arraigada noção de povo eleito – do que só pode resultar Estado nacional exclusivista e racista; noutro, encontra-se com os anseios de redenção e retorno a uma Idade de Ouro para sempre perdida, apontando para Estados militarmente fortes. Focalizando apenas a Palestina, tivesse a Inglaterra massa continental, massa étnica, unidade política em casa e força militar e, também, força moral, a Declaração de Balfour não precisaria ter sido tão ambígua como foi, nem a força imperial precisaria ter abandonado tão rapidamente o território em que fora ocupante e mandatária entre 1917 e 1948. Débil, exaurida de recursos e complacente diante de suas responsabilidades históricas, antes de ceder, no palco da hegemonia mundial, seu lugar aos Estados Unidos, a Inglaterra cunhará procedimento imoral, que os belgas, pelas mesmas razões, virão a adotar na África, especificamente em relação aos povos Hutus e Tutsis quando de sua independência em 1962: “Libertemo-los, mas de modo que fiquem para sempre atados por um nó de ódio e discórdia recíprocos. Dessa maneira, serão nossos aliados e/ou subordinados.” O Cavalo de Tróia Expliquemos a questão acima: sabemos que na região originariamente de colonização alemã onde hoje estão os Estados de Ruanda e Burundi, desde tempos imemoriais habitavam hutus e tutsis, os primeiros agricultores; os segundos, guerreiros, que tiravam seu ganha-pão da venda de proteção e cobrança de impostos, butins etc. Essa divisão social do trabalho será intensificada pelos colonizadores alemãs e belgas, exacerbando o ódio entre as etnias. A luta pela independência nos anos 50, após massacres, vai resolver-se pela criação de dois Estados. No que veio a ser Ruanda, os colonizadores belgas avaliavam existirem 80% de hutus e 14% de tutsis; em Burundi, o contrário. Com esses dados, é imediatamente previsível a impossibilidade desses povos, em cada Estado, virem a viver juntos sob governos democráticos, senão a partir de massacres recíprocos. O resultado desse sinistro acordo começa a aparecer com os massacres de 1959 e se estende até hoje, com o Holocausto de 1992: – 800 mil tutsis mortos em menos de cem dias. Do drama, temos repercussões em nossos dias, quando o general renegado Laurent Nkunda faz razzias pelo território da República Democrática do Congo, com as catástrofes humanas decorrentes. Ruanda e Burundi é modelo para a compreensão do drama árabe-judeu a partir de 1914-18. A Declaração de Balfour é epítome de uma linha política de guerra sagaz e perversa, que desde antes de 1917, quando já se desenhava a vitória inglesa, o Foreign Office tramara em relação à desagregação do Império Otomano, aliado do seu arqui-inimigo, a Alemanha. No caldeirão de raças que constituíam o império destroçado, os povos de expressão lingüística árabe são expressiva maioria. Cumpre redesenhar suas fronteiras e dividi-los, não a partir de lideranças modernizantes, mas a partir de linhas tribais, feudalizantes, desconectadas do século XX e de seus próprios povos, já que muitos desses chefes tribais tinham sido instrumentos da administração turca recém-derrotada. Afinal de contas, pensa o governo inglês, no território imemorialmente ocupado por esses “árabes”, há uma riqueza inestimável. Tenham-se por parâmetro o Iraque e a Arábia Saudita. A contradição da política inglesa para com os árabes tem ilustração aqui: conceda-se a independência a esses povos estressados pelos turcos, mas a partir de estruturas políticas e sociais tradicionais – reinos, clãs, tribos e suas formas fósseis de exploração, inclusive da mulher, e deixem-nos viverem às turras com suas novas gerações, principalmente os militares. De quebra, favoreçamos o surgimento de um Estado judeu religioso e nacionalista, a partir do mando das aristocracias européias, a ser nosso aliado. Se corre para um lado, essa aristocracia feudal árabe terá o rancor de seus povos, com as novas gerações militares à frente. Se corre para o outro, terão o mundo moderno, a tecnologia, seu coveiro. Essa é a política que os norte-americanos herdaram, adaptaram ao seu imperialismo com economia de mercado e fundamentalismo protestante anglo-saxão. Durante o século XX, do esfacelamento do poder otomano ou colonial europeu tem nascimento uma série de países sensíveis ao Pan-arabismo: Egito, Síria, Jordânia, Líbano, Iraque, Arábia Saudita, Iêmen, Emirados Árabes. Se se inclui os países muçulmanos, saídos ou não da esfera do poder otomano, a lista tende a crescer: o Irã e todo o Magreb, inclusive o Marrocos, a África Ocidental, Central e Oriental. De um modo geral, são, em sua quase totalidade, países engessados a partir de formas de governo ligadas à tradição oriental, que Arnold Toynbee, sem idéia depreciativa, chamará de países fósseis, frente às poucas nações européias que a partir do século XVI abrem o passo para entrada das chamadas sociedades da transformação, da tecnologia, da inovação (também sem idéia melhorativa, advirta-se). Especificamente com relação à Palestina, ciente da questão sionista e do nacionalismo árabe e israelense, a Inglaterra, senhora da região, começa a favorecer a maciça entrada de imigrantes judeus nesse território a partir de 1917 (antes dessa data não ultrapassavam 1% da população; em 1948 já constituíam os 30%). Sintomático é que é só a partir de 1917, também, que no Movimento Sionista a opção de localização do Judenstaat afasta-se de alternativas como a Argentina, o Congo e Chipre e se concentra na Palestina. É discutível que em relações internacionais, a toda hora ocorram acasos, excetuando os decorrentes de catástrofes naturais como o Tsunami. Se o móvel desses contingentes de povos que se dirigem à Palestina é a formação de um Estado nacional, no caso, religioso, fundamentalista, a “líder” deveria avaliar a estreiteza da expressão “lar nacional” aposta ao documento que autoriza a operação. Foreign Office, 2 de novembro de 1917 “... O governo de S.Majestade vê favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional judeu e usará de seus melhores esforços para facilitar a realização desse objetivo, ficando claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas da Palestina ou os direitos e status político desfrutados pelos judeus em outros países.”

James Arthur Balfour (fonte: sítios da web)
*Ailton Benedito de Sousa é escritor e membro do Cebela

Temor e desejo no gueto de Gaza

Temor e desejo no gueto de Gaza

“A Palestina é uma das grandes causas morais do nosso tempo.” - Edward Said, Cultura e política

“Baixas civis não podem ser completamente evitadas nesse confronto, porque os combates ocorrem em áreas densamente populosas.” - Shlomo Bromo, general reformado israelense, ex-diretor de divisão das Forças de Defesa de Israel (IDF)

“O suplício faz correlacionar o tipo de sofrimento físico, a quantidade, a intensidade, o tempo dos sofrimentos com a gravidade do crime, a pessoa do criminoso, o nível social de suas vítimas.” - Michel Foucault, Vigiar e punir (grifo nosso)

Os bombardeios e incursões por terra perpetrados por Israel nas últimas semanas no território palestino de Gaza dão continuidade ao processo de ´limpeza étnica` iniciado há 60 anos e jamais interrompido efetivamente. Espanta – entre tantos aspectos espantosos dessa sucessão de catástrofes – o fato de a ação genocida ter-se iniciado poucos anos após o holocausto nazista. A má-consciência histórica, a manipulação incessante da informação e os compromissos político-econômicos expõem, nesse quadro, representantes do Capital e do Estado a posturas vexaminosas diante da carnificina. Aqui e alhures, a grande imprensa o mais das vezes desdobra-se em eufemismos como ´incursões das tropas de Israel contra o Hamas no território de Gaza`, para definir o que suas próprias imagens demonstram ser o massacre dos palestinos por Israel. Surpreendida entre compromissos inconciliáveis, a chamada comunidade internacional tarda em agir de modo efetivo para deter o genocídio. O Itamaraty, que hoje parece disposto a engordar sua conta telefônica com delicados apelos por um cessar-fogo, além de participar da indispensável ajuda humanitária, num primeiro momento publicou nota em que embarcava na consagrada fórmula do ´pedido de moderação aos dois lados` – pedido que adquire amargo sabor de humor negro quando um lado massacra e o outro é massacrado (a nota brasileira, tão elegante quanto inócua, soaria adequada se tivesse como objeto, digamos, a defesa da integridade de prédios públicos ou de sítios arqueológicos de interesse universal, mas deixava muito a desejar em se tratando, como é o caso, de um massacre de seres humanos). A República do Paraguai, exercendo a presidência do Mercosul, seguiu a benevolência de Brasília. Vale lembrar, o indefinível bloco regional vem costurando acordo comercial com o Estado de Israel, e talvez fosse o caso de os cidadãos da região opinarem a respeito da iniciativa , em face dos acontecimentos em curso (membro em processo de adesão, a Venezuela reagiu de modo inequívoco, defenestrando o embaixador israelense). Sentada à presidência da União Européia, a República Tcheca cometeu pronunciamento espúrio, caracterizando como defensivo o ataque israelense – para logo desmentir-se a si mesma – enquanto nos EEUU a moribunda administração Bush pronunciou-se como convém aos patrocinadores do expurgo. Por sua vez, o presidente eleito Barack Obama, aquele que veio para realizar todas as mudanças e renovar todos os sonhos, declarou-se “preocupado” com as mortes de civis, mas esquivou-se de envolvimento nas negociações pelo fim das agressões. Ou seja, preocupado, sim, mas não a ponto de esquecer compromissos de campanha, e menos ainda de ignorar a origem de muitos dos dólares que ajudaram a alçá-lo à Casa Branca. Terrorismo, como se sabe, é o ato de alvejar civis para a obtenção de fins políticos, de modo que, ainda que Israel possa ter razão ao classificar como terroristas as milícias árabes, é-lhe impossível escapar da mesma definição. Ações como o ataque ao Hezbollah no Sul do Líbano e a atual ofensiva em Gaza a pretexto de deter o Hamas nada mais são que terrorismo de Estado. A ilegitimidade da ação israelense, portanto, reside no fato de não haver crime que aquele Estado possa imputar a seus inimigos que não haja ele mesmo praticado (em proporções sempre catastroficamente maiores), além de não ser verdadeira a recíproca: no conflito com os palestinos, somente os israelenses podem ser acusados de, por exemplo, invadir e expropriar terras alheias, ou de perpetrar ações genocidas (como a atual, como a de Sabra e Shatila em 1982 etc). Símbolo desse aspecto marginal e desafiador de Israel perante a lei, de seu desprezo e escárnio pela comunidade internacional, são as dezenas de resoluções (181, 194, 242, 252, 446...) das Nações Unidas solenemente ignoradas por aquele Estado desde a sua fundação. Longe de restringir-se ao debate teórico, o esclarecimento acima adquire contornos bem concretos após eventos como o de ontem, 6 de janeiro, quando um tanque israelense abriu fogo contra uma escola para meninas refugiadas mantida pela ONU na cidade de Jabaliya, assassinando 30 pessoas e ferindo mais de 50. Diante do massacre injustificável sob qualquer ponto de vista, até mesmo o jornalismo brasileiro se viu obrigado a expressar perplexidade e subir um pouco o tom de sua cobertura, enquanto um assessor de Lula ousou dar à coisa o nome que a coisa tem, chamando de terrorismo o terrorismo. A pergunta que muitos se fazem, neste momento, é: por que uma violência tão desproporcional? Afinal, a desgastada cantilena israelense “estamos agindo em auto-defesa”, em suas diversas variações, assume, com o desenrolar do genocídio, o aspecto grotesco de um deboche macabro. Claro está, o Hamas – em que pese a retórica de seus líderes –, embora possa perturbar o dia-a-dia dos colonos invasores, não possui nem de longe capacidade de ameaçar a integridade do Estado de Israel. Do ponto de vista bélico, um dos seus maiores feitos teria se realizado também na data de ontem, quando um projétil lançado pelo grupo chegou a 30 km de Tel Aviv, atingindo a janela de uma casa (e assim ferindo uma criança). Ora, se a ameaça militar representada pelo Hamas é, quando muito, uma piada, por que Israel responde com fúria avassaladora? O que, afinal, ameaça Israel? E o que Israel de fato deseja? Em psicologia, considera-se uma reação desproporcional de um indivíduo a uma ação de outrem como um evento prenhe de significado, por revelar a existência de uma ´causa encoberta`, provavelmente de fundo traumático. Por outro lado, Michel Foucault, aqui citado em epígrafe, salienta o caráter exemplar dos suplícios infligidos pelo Poder sobre o corpo do condenado, lição que implica necessariamente o emprego de violência desproporcional. A investida israelense sobre Gaza, em suma, permite duas interpretações, não excludentes entre si. A primeira é que o combate ao Hamas seria apenas mais um pretexto para a continuidade do processo de ´limpeza étnica` iniciado há 60 anos, ou seja, para o extermínio dos palestinos ou sua expulsão da Palestina como suposta garantia de paz para Israel (desejo oculto ). A segunda é que a supressão do Hamas – o qual, como se vê, não representa ameaça militar considerável – responde à necessidade de suprimir aquilo que ele significa, as perguntas que o grupo suscita ou pode suscitar pelo simples fato de existir (temor oculto). Afinal, a existência de um grupo armado como o Hamas, com sua retórica ´extremista` – seja lá o que isso queira dizer no estado de coisas reinante –, a sua popularidade entre os palestinos, recentemente expressa por votação massiva, são reflexo direto da situação vivida cotidianamente por aquele povo desde 1948, marcada por expropriação de terras e casas, deslocamentos forçados, estupros, torturas, assassinatos, privações, humilhações de toda ordem e todo um rol de violações de seus direitos sob o jugo de Israel, a começar pelo direito de viver onde viveram seus pais e avós. Falar do Hamas, portanto, ou de qualquer guerrilha palestina, implica necessariamente abordar esse cotidiano de desespero vivido pelo povo da Palestina, bem como aspectos racistas da legislação de Israel, fortemente baseada na distinção entre judeus e não-judeus, e sua difícil definição como Estado democrático. Ignorando esses fatos, cegos a esse temor e a esse desejo, ficamos presos ao nonsense do discurso encobridor. Mas estaríamos dispostos a ver que Israel tornou-se isso o que se tornou, após milhares de judeus terem vivido o que viveram no século passado?

*Pedro Amaral é escritor e editor de Comunicação&política (www.cebela.org.br)

Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina*

Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina*

M. K. Gandhi
Harijan, 26 de novembro de 1938

In M.K.Gandhi, My Non-Violence
Editado por Sailesh K. Bandopadhaya
Navajivan Publishing House
Ahmedabad, 1960

Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto-de-vista.(1)
Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu os conheci intimamente na África do Sul. Alguns deles se tornaram grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os "intocáveis" do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os "intocáveis" dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.
O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.
Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?(2)
A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.
É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.
O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.
Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?(3)
Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.
E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.(4)
Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?
A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada ação deles, estes não se sentiriam desamparados.
Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um "genuíno" alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.
E agora uma palavra aos judeus na Palestina:
Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um ato religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.
Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.
Eu não estou defendendo as reações dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, corretamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.(5)
Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra. Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.
Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização(6), de Cecil Roth. O livro nos dá uma idéia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.
Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites.(7) Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da ação da não-violência.

* NOTAS COMENTÁRIOS CONEXÕES


Tornei-me acaso vosso inimigo porque vos digo a verdade?
Gálatas 4: 16
(1) A estatura ética e política de Gandhi é absolutamente incontestável, e os grandes homens do século XX até hoje, o tiveram sempre como exemplo a seguir e imitar.
A sua lucidez e a sua coragem ao denunciar a injustiça e a insolência do povo inglês sobre a Índia e sobre o povo indiano, são as mesmas que demonstra neste manifesto de repúdio à violência dos nazistas na Alemanha, e à injustiça e brutalidade da invasão dos judeus na Palestina.
Portanto, é bastante significativo que este documento sobre o horror e a injustiça impostos aos palestinos, nunca tenha sido divulgado ou comentado por nossos atentos analistas políticos, nem tampouco seja citado por eruditos ou catedráticos das nossas universidades.
A única exceção, em português, devemos à Drª. Kátia Mendonça, da Universidade Federal do Pará que em seu trabalho, Ética e política no pensamento de Buber e Gandhi, sem citar a fonte de onde retirou o texto, aborda este Manifesto há tanto tempo ocultado. Mas, não obstante estar a usar o nome e a autoridade moral de Gandhi, logo se percebe que a oblíqua intenção da autora é abrir um leque de rasgados elogios ao sionista Buber e invocar uma plêiade de intelectuais judeus para desviar a atenção do texto, e assim tentar justificar, de algum modo, a perversidade sionista e a criminosa invasão e ocupação da Palestina.
Além desse desvio da cátedra universitária para fins de proselitismo judeo-sionista, e da impertinente comparação entre Buber e aquele homem evidentemente superior, o Mahatma Gandhi, decorre que temos sido enganados, durante décadas, por todos esses — historiadores, sociólogos, jornalistas — que por obrigação profissional e moral, deviam informar e esclarecer os cidadãos. Lamentavelmente não foi assim que essas pessoas agiram; ao contrário: sistematicamente esconderam e escamotearam as denúncias e advertências que expusessem ao mundo, a crueldade, a ganância e a violência dos judeus na Palestina.
O expressivo exemplo da deselegância desses acadêmicos, continua em outros trabalhos divulgados pela imprensa, e em diversas páginas da web, como se fossem pesquisas sérias e imparciais; encontra-se à venda nas livrarias, obras assinados por professores doutores de universidades famosas, que no decorrer de leitura mais cuidadosa vão mostrando sorrateiramente, o mesmo viés e a mesma ladina intenção que a professora paraense não soube disfarçar tão bem.
Em várias dessas "obras de fôlego" sobre a questão palestina, é demasiado evidente — e esclarecedor — que entre as inúmeras citações de textos de autores judeus, não se encontre nenhuma que aponte para trabalhos de professores de universidades palestinas, obviamente os que mais de perto conhecem o processo da invasão e ocupação da Palestina.
Enfim, é um campo maliciosamente minado, por onde devemos andar com atenção, pois, ao contrário da límpida objetividade do texto de Gandhi, os trabalhos desses acadêmicos, desviam-se propositalmente do foco da questão para enfatizarem aspectos secundários ou pormenores irrelevantes e, desse modo, darem ao leitor a falsa impressão de que está sendo corretamente informado.
Por isso, é ainda mais espantoso, o "esquecimento" e a tentativa de apagamento da fundamentada e isenta denúncia de Gandhi sobre a injustiça e a brutalidade da ocupação da Palestina:
"O que está acontecendo na Palestina, não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico."

(2) "........ Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar? ........"
A oportuna sugestão de Gandhi ao indagar o porquê dos judeus não fazerem como os outros povos, decorre do fato histórico de estarem sempre envolvidos em fugas precipitadas ou invasões de terras prometidas e depois, também por ele conhecer a violência daqueles bandos de terroristas judeus como o Irgun, o Stern, o Haganah.
Já desde remota antiguidade, depois que Ramsés II, por algum grave motivo (que o bíblico narrador preferiu esquecer, ou contar de outra maneira) os expulsou do Egito, e depois que Iavé lhes prometeu as terras de Canaã (como se pode prometer bens e terras que pertencem a outros?) e Josué, com a celestial trombeta, demoliu as muralhas de Jericó e trucidou os seus habitantes, a história do "povo escolhido" tem sido esse interminável rol de intrigas e perfídias, traçando a obscura trajetória judia, até à invasão da atual Palestina, desta vez através de chantagens e subornos, tanques de sessenta e cinco toneladas e bombardeiros F-16.
"Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido somente num único país e só numa determinada época, seria fácil identificar as razões dessa aversão. Mas, ao contrário, essa raça é, desde há muito tempo, antipatizada pelos habitantes de todas as terras e nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões distantes entre si e eram regidos por leis determinadas até por princípios opostos, e se não tinham os mesmos costumes e eram distintos no espírito de suas culturas, então as causas do anti-semitismo devem ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus antagonistas."
Bernard Lazare
anarquista judeu
Antisémitisme, son histoire et ses causes, Paris 1934, Tomo I, pág.32
Por que essa gente não faz como todos os outros povos nos países onde foram acolhidos, em lugar de estarem constantemente criando esse interminável mal-estar e constrangimento em todas as épocas e em todos os continentes por onde andaram? Por que essas pessoas não mudam as suas condutas e os seus procedimentos, em vez de acusarem perpetuamente a humanidade pelo resultado de suas próprias atitudes? Ou eles ainda acham que a humanidade inteira está errada, e que o "povo escolhido" é o dono da verdade? Se, como argumentam, apenas postulam o direito por uma pátria espiritual a fim de preservar a "identidade judaica", porquê eles, em vez de usurparem as terras de outro povo, não fazem como os católicos de todo o mundo, cuja pátria espiritual, o Vaticano, ocupa apenas algumas quadras, sem muralhas e sem canhões? Essas perguntas ocorrem a qualquer pessoa, mas as respostas a essas questões nunca foram convincentes, nem para alguém de tão boa vontade quanto o Mahatma Gandhi.

(3) "Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?"
Essa pergunta de Gandhi, também não é uma pergunta casual, ou meramente retórica, ao contrário, é o ponto focal da questão: Afinal, que Estado, ou povo, beligerante e expansionista como o judeu, não gostaria de ter os seus patrícios dirigindo — à vontade — os mais altos cargos e postos nos órgãos de segurança e de administração dos outros países?
Só os muito distraídos ainda não perceberam como os israelitas — com a sua habitual desfaçatez — vão usufruindo, descaradamente, as vantagens dessa indecente aberração:
Henry Kissinger e Alan Greenspan, o anterior presidente do Fed (o banco central americano) cujo cargo foi ocupado pelo também judeu Benjamin Schalom Bernank, são claros exemplos, entre alguns milhares de cidadãos de origem judaica, nem sempre tão em evidência, mas que estão atuando, à vontade, em todas as camadas das nossas sociedades, nos governos, nas universidades, na imprensa, no mundo da arte, na indústria de diversão e suas obscuras e perversas ramificações, no cinema etc.. Isso é notório e irrefutável e, até certo ponto, "normal", não fosse essa flagrante incompatibilidade de intenções, ou descarado conflito de interesses. Por exemplo: poderia alguém, honestamente, propor Henry Kissinger (judeu-alemão naturalizado americano) como mediador entre palestinos e judeus?
Logo ao término da II Guerra Mundial, Henry Kissinger já era o Chefe da Contra Espionagem do Exército Americano; depois foi Assessor da Casa Branca, e a seguir, Secretário de Estado durante dois governos; agora é o Presidente da Comissão Independente de Inquérito sobre o 11 de setembro...
Para que essa esquisita situação das agências de inteligência americanas — e as dos outros países — não venha a se tornar um escândalo público, de tempos em tempos, para reiterar a sua "independência" e "soberania" junto à "opinião pública", os governos mandam prender um ou outro espião judeu a serviço dos interesses de Israel... Então, tudo volta ao normal, e os outros, continuam... à vontade.
Por aqui, não é difícil imaginar como estarão os nossos órgãos de segurança nacional, ou as nossas agências de pesquisa nuclear e espacial... Ainda agora, num "acidente" muito mal explicado, foram pelos ares juntamente com um foguete e a plataforma de lançamento, todos os engenheiros, cientistas e técnicos daquela equipe do nosso projeto aeroespacial. Um prejuízo incalculável na perda de vidas humanas e de saberes específicos em diversos ramos da ciência e da tecnologia nacional.
"Não admitiremos um outro Japão ao sul do equador."
Henry Kissinger
Citado por Bautista Vidal em entrevista à revista Caros Amigos.
Com patrícios sempre tão bem posicionados, porquê Ben Gurion, ou Ariel Sharom, ou qualquer outro Primeiro Ministro de Israel, iam precisar de um serviço secreto, senão para justificar a origem dos movimentos de exata eficiência sugeridos aos terroristas do Irgun e do Stern, e agora às suas forças armadas, por esses mesmos "leais" cidadãos que foram acolhidos e abrigados em outros países de qualquer parte do mundo? Hoje podemos perceber, pelo decorrer da História, essa ancestral estratégia israelita, ou hebréia, ou judia, ou sionista, de induzir e incitar animosidades entre os povos e as nações, desde o antigo Egito e por toda a Idade Média, intrigando uns contra os outros, provocando conflitos locais e mundiais, cujos desastrosos resultados só interessam aos judeus e ao sinistro Congresso Mundial Judaico.
O chamado "conflito oriente-ocidente" é uma ladina falácia da imprensa judeo-sionista: São os judeus que odeiam tanto o islamismo, quanto o catolicismo. É a brutal ocupação da Palestina, e o expansionismo judeu que está contra os povos e as nações. O Vaticano exalta a paz entre os homens de boa vontade, ao contrário dos governos fantoches, europeus e americanos, tanto do norte, quanto do sul, reféns do tentacular lobby do judaísmo internacional.
Em todas as nações onde estão instalados — atropelando os órgãos competentes, como o Ministério Público e o Poder Judiciário, e em grosseira afronta aos governos e às instituições nacionais — surgem inúmeras organizações judaicas como a nazi-fascistóide Liga Anti-Difamação, a hipócrita Beth-Shalom e centenas e centenas de outras, ou "nacionais" ou estrangeiras, sempre com as mais variadas aparências e fachadas, mas cuja implícita e verdadeira função — além da disseminação de informações deturpadas e de contra-informação — é monitorar e patrulhar insolentemente, os cidadãos nacionais que tenham opiniões diversas daquelas da conveniência e dos interesses judaicos e da indecente Inquisição Sionista.
O Mossad, e as outras agências ditas de inteligência israelitas, não passam, em realidade, de gangues de psicopatas homicidas e de grupos de facínoras, para execuções extrajudiciais e assassinatos seletivos, em qualquer país ou região do planeta.
As ações de intimidação dessas "entidades religiosas", ou "organizações não governamentais", nem sempre dissimuladas, vão desde insinuações maldosas, dificuldades e empecilhos criados no ambiente de trabalho — com estratégias semelhantes às do assédio moral — até à perda de cargos e empregos, ou mesmo destruição de carreiras profissionais — o que é uma espécie de lento assassinato — e por fim, a assassinatos, como o de Naji Al-Ali.
Os recursos para sustentar essas organizações parasitas não vêm — como se faz entre as pessoas honestas — das suas comunidades e associações judaicas, ou dos abarrotados cofres dos banqueiros internacionais, mas são ladinamente subtraídos dos nossos próprios bolsos, através de certas "leis de incentivo" e de outras brechas e desvãos, por onde se exaurem aqueles recursos públicos que deviam ser destinados ao bem-estar e à educação do nosso povo.
Esses cidadãos com "duplo lar" têm acesso a segredos de estado e militares, e a tecnologias de ponta das nações mais desenvolvidas. Qualquer estratégia, seja de relações exteriores, seja da área econômica, ou em educação, ou na saúde, em qualquer país, sempre será do conhecimento de Israel muito antes de ser efetivada ou abandonada, assim como pesquisas avançadas, desenvolvidas em qualquer departamento ou instituto das nossas universidades.
É assim que é "produzida" a tão alardeada "tecnologia de ponta israelense" e a maioria dos Prêmios Nobel de que se jactam certos grupos judeus.
Por exemplo, a vacina "Sabin" (vacina oral de aplicação em gotas contra a poliomielite) em realidade foi descoberta e desenvolvida por alunos residentes do departamento chefiado pelo médico judeu Albert Sabin, o qual imediatamente registrou em seu próprio nome, como se fosse obra sua, a descoberta daqueles talentosos jovens, ingenuamente distraídos dos trâmites de registro de patentes, ou dos créditos por suas pesquisas e trabalho acadêmico.
Com essa mesma "genialidade", Albert Einstein já havia se apropriado do trabalho desenvolvido pelo matemático e filósofo francês, Henri Poincaré. Contudo, apesar da insistente campanha de instituições judaicas e da furiosa publicidade e propaganda sobre os méritos de Einstein, Cesar Lattes, assim como outros perquisadores, nunca se esquivou de denunciar esse roubo e essa fraude praticada pelo venerado cientista judeu.
Essa notável e esquisita característica da "inteligência judia", avança por todas as outras áreas do esforço humano; assim com na Física, também na Filosofia, ou na Psiquiatria, e até no chamado "milagre" das fazendas e granjas judias na Palestina, sempre se encontrará alguma espécie de roubo e de fraude: O decantado sucesso da "agrotecnologia israelita" só existe como o óbvio resultado do criminoso desvio das águas do rio Jordão e de outros importantes mananciais, o que vem provocando a acelerada degradação e desertificação daquelas antigas terras e campos, cuidadosamente cultivados por gerações e gerações de agricultores palestinos, desde tempos imemoriais.
Não é por acaso, nem por coincidência, que os enaltecidos sucessos da "genialidade" e competência israelitas, sempre sejam fruto de alguma espécie de ladino "desvio".
"Os judeus, que são algo como nômades, nunca até agora criaram uma forma cultural por si mesmos, e até onde eu posso ver, nunca o farão, uma vez que todos os seus instintos e talentos requerem uma nação mais ou menos civilizada como hospedeira para o seu desenvolvimento."
C. G. Jung
The State of Psychotherapy Today, Collected Works (Routledge), vol. 10 (1934).
Jung sabia muito bem do que estava falando; e é natural que nem todos concordem com o elevado pensamento do Mahatma Gandhi quando este diz que os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses. Sobre essa espécie de "dupla cidadania", Simon Wiesenthal, o mórbido "caçador" de nazistas, desprezando a sabedoria de Gandhi, afirma com o seu rancoroso nacional-socialismo judaico, e de maneira muito clara, que não há judeus franceses, ou judeus ingleses, e sim judeus que moram na França, ou judeus que moram na Inglaterra.
Insolentemente dizem o que querem, de acordo com as circunstâncias e conveniências, ou com o que lhes seja mais proveitoso e lucrativo em qualquer lugar ou país. Se agora são brasileiros, de uma hora para outra também irão dizer que não são brasileiros, mas apenas judeus que eventualmente moram no Brasil. Entretanto, a morte, a dor, a humilhação que levam à Palestina, e a outras nações do Oriente Médio, são mostradas na televisão, como se fosse um problema distante e localizado, sem graves conexões com outros países e nações, nem com o Brasil.
A descomunal vantagem em equipamentos militares — com recursos "drenados" de todos os países do mundo, sejam pobres ou ricos — informações estratégicas e influência diplomática, faz com que Israel não mais contenha a sua truculência nos territórios ocupados, nem a sua insolência na construção de mais e mais "assentamentos" de ladrões de terras por trás daquela vergonhosa muralha da prepotência judaica.
E o mundo, entorpecido, ou pela fome, ou pela desinformação — ou contra-informação — ou pelo egoísmo e preguiça das classes privilegiadas, assiste, atônito, à escalada da arrogância e da brutalidade israelitas.
A miséria que foi imposta ao Afeganistão, primeiramente por russos e depois por americanos — tanto faz, não importa qual é a marionete da vez — vai se espalhando, como mancha de tinta derramada sobre o mapa do Oriente Médio, à volta do usurpador judeu.
Logo será a vez de outras nações, pois, em sua ganância expansionista, Israel já exige que os seus títeres americanos e ingleses, ou de qualquer outra nacionalidade, ataquem aquelas nações islâmicas que não aceitam o jugo ocidental (leia-se capitalismo predatório e decadência moral).
Quando outro desses países estiver suficientemente debilitado por pressões políticas, diplomáticas e econômicas, e as classes médias do ocidente acreditarem que é lá que fermenta o "Império do Mal", esse país será invadido e ocupado por aquele exército de robôs, como aconteceu ao Iraque e ao Afeganistão, e como parece que logo acontecerá ao Irã, à Síria, ao Líbano.
Por trás da estupidez dessas nações testas-de-ferro — cujos cidadãos arcam com os custos da guerra e com o grave ônus da responsabilidade moral e o julgamento da História — acoberta-se o macabro lobby judeo-sionista, o verdadeiro mentor do que vem acontecendo em todo o Oriente Médio, e não por acaso, à volta do arrogante Estado judeu, no grande cinturão das maiores reservas de petróleo do mundo.
Agora já se ouve, ainda em voz baixa, que "está na hora de democratizar o Grande Médio-Oriente". Nada menos; e assim — sem nenhuma sutileza — vai aparecendo a outra obscura acepção e serventia para a complacente e elástica palavra "democracia", descaradamente conveniente para o sinistro projeto sionista. (Por aqui também já se ouve, nem tanto à boca pequena, uns descarados ensaios para se "democratizar a Amazônia"; e Israel, muito solícito, já se oferece para ajudar na nossa esquisita reforma agrária... talvez com a vasta experiência daqueles "colonos" usurpadores das terras e fazendas palestinas ...?)

(4) "E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável."
Essa passagem também descreve admiravelmente o sionista Ben Gurion, e o genocídio que vem sendo perpetrado, desde então, contra o povo palestino por esses ministros-generais, sempre sob o olhar e o feroz aplauso e cinismo do povo judeu.
Auschwitz — o esquisito curinga da "argumentação" judeo-sionista, e desavergonhada "justificativa" para os hediondos crimes abençoados por seus fanáticos rabinos — avança em cada cidade palestina, em cada lar bombardeado, em cada raid dos tanques e helicópteros israelitas, e em cada gueto criado pela selvagem cupidez daqueles bandos de "colonos" judeus.
A indecente muralha, que já ultrapassa todas as medidas da dignidade humana, vai criando bolsões de miséria nas cidades, aldeias e povoados palestinos, somente comparáveis aos dos piores anos do Apartheid sul-africano. A cada ação do desvairado expansionismo israelita, demolindo casas e destruindo aldeias e campos cultivados com os seus macabros buldôzeres caterpillar, mais esses dirigentes judeus se assemelham aos piores carrascos da história da humanidade.
Aquela ferocidade que Gandhi referia com espanto e indignação, hoje é a indecente e mal disfarçada ferocidade racista apresentada pelos judeus em todo o mundo.

(5) "..... nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos."
Esta clara afirmação de Gandhi, apesar da sua inabalável postura de não-violência, ensina que a luta contra a injustiça e a barbárie israelitas, é um direito fundamental do povo palestino. Qualquer argumento que tente desvirtuar a importância do clamor da Nação Palestina por justiça — como faz o descarado "pacifista" judeu, Amos Oz — só pode vir daqueles que desprezam a justiça, e a dignidade do ser humano.
Israel, e as miríades de seus pequenos agregados e colaboradores — aqueles analistas-políticos e uns certos chefes-de-redação, cineastas, intelectuais e artistas aparentemente bem intencionados, uns professores universitários e outros do ensino médio — todos querem fazer crer que a Resistência desses povos e dessas nações contra a violência e injustiça que vêm sofrendo, seja uma simples questão de fanatismo religioso; como se a destruição de lares, habitações e lavouras de milhares de famílias, e o assassinato de parentes, amigos e vizinhos, não desencadeassem uma dolorosa revolta contra o Estado judeu e aqueles que o financiam.
A Intifada — a Revolta das Pedras — não é um movimento de fanáticos religiosos: É a indignação justa de um povo que vem sendo roubado, humilhado, dizimado — há cem anos — em sua própria terra, em seu próprio país e pátria ancestral; também não é um conflito entre Oriente e Ocidente (como pretendem as intrigas judeo-sionistas e a venenosa maquinação contra o Islã e o Catolicismo) mas a heróica luta da Nação Palestina contra o usurpador judeu.
Para se compreender a matriz e a manutenção do horror imposto ao povo palestino, é preciso reparar que os dirigentes de Israel são escolhidos pelos eleitores judeus — não por acaso, nem por coincidência — entre os mais violentos terroristas do Haganah, do Irgun e do Stern: Esses grupos de extermínio — cujos chefes agora são ministros e generais de Israel — mataram e torturaram famílias inteiras e arrasaram centenas de pequenas aldeias e povoados palestinos, já desde antes de 1.917. Há documentos e relatos terríveis sobre as desvairadas atividades criminosas dessas organizações judias.
Todos os dias, Israel segue cometendo assassinatos e atos de metódico terrorismo de Estado contra crianças, velhos e mulheres de uma espoliada Palestina e seu povo abnegado.


Os massacres de Sabra e Chatila, e os requintes de terror perpetrados em Jenín, Ramallah, Bethlehem e Nablus pelos fanáticos soldados judeus, mostram o que esses tristes seres humanos — psicologicamente deformados — conseguem entender por humanidade e civilização.
A completa ausência de arrependimento ou remorso, o comportamento amoral, e a fundamental incapacidade de aprender com a História, são características da perversão, não só da personalidade psicopata desses dirigentes judeus mas, principalmente, daqueles que votam, e cinicamente os escolhem para essa hedionda função de exterminadores do povo palestino.

E tão espantosa quanto a bestialidade do Estado judeu, enquanto executa o seu macabro plano de extermínio de um povo e de uma nação, é a covarde neutralidade, ou a preguiçosa indiferença e alienação, dos meus amigos, dos meus vizinhos, e das pessoas nas ruas que não se importam.
Também não são poucos os que se calam, constrangidos e intimidados por um certo tipo de insolente patrulhamento, pois temem ser caluniados e perseguidos, de várias maneiras, como se eles é que fossem racistas. Mas não podemos mais tolerar essa chantagem da hipocrisia israelita; não é sobre raças que estamos falando, mas sobre assassinos e ladrões.
Falamos sobre um país que assalta bancos com as suas forças armadas; sobre usurpadores de terras e fazendas palestinas; sobre psicopatas sionistas e a sua furiosa estratégia expansionista, arrasando campos cultivados, casas, fábricas, hospitais e escolas; sobre pessoas hipócritas que há várias décadas vêm choramingando por um holocausto judeu, enquanto vão cometendo atrocidades e imoralidades contra a humanidade; sobre a selvagem ganância e a feroz cupidez dos "colonos" judeus por terras alheias; e sobre as monstruosidades perpetradas por Israel e seu povo delirante.

Não acredito que alguém ousasse chamar Gandhi de racista, ou anti-semita, por expressar a sua indignação frente às atrocidades cometidas pelos judeus contra o povo palestino:

O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética.
Gandhi

A crescente mancha da invasão judia sobre a Palestina
Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.
Gandhi

É espantoso como as forças de "defesa" judias invadem as terras palestinas, e imediatamente instalam aqueles bandos de "colonos" enlouquecidos pela sanha dos seus fanáticos rabinos.
As táticas desses ladrões de terras — provoque o fato e discuta depois — são as mesmas de gangsters que primeiro barbarizam e aterrorizam os cidadãos, para depois "negociar".

Esses bandidos "religiosos", fortemente armados com metralhadoras Uzi e fuzis M-16, são apoiados por tanques de guerra do exército judeu, e por grandes torres de vigia daquela indecente muralha judaica, num terrível gueto às avessas: Neste exato momento, o horror do holocausto acontece do outro lado.

A chamada "opinião pública" vem sendo amaciada e enganada — há muitos anos — por uma cuidadosa campanha muito bem arquitetada, em que os judeus se apresentam sempre como "as eternas vítimas" mas, aquelas vítimas sem voz é que surgem como terroristas... enquanto os seus jovens vão sendo torturados e assassinados, as suas mulheres desrespeitadas, as suas terras usurpadas, os mananciais criminosamente poluídos ou desviados, as suas casas bombardeadas, a sua pátria arrasada...

Agora, frente aos fatos que ninguém pode negar, ou esconder — como fizeram por tantas décadas — muitas perguntas, há muito tempo reprimidas, precisam de urgentes respostas:
— Que devasso deus é esse Javé que induz seus adoradores ao embuste, ao roubo, ao assassinato?
— Que sinistros rabinos são esses que abençoam o hediondo genocídio do povo palestino?
— Que espécie de gente é essa que constrói o seu lar sobre os cadáveres das suas vítimas?

(6) "A contribuição judaica para a civilização"...
Essa descarada propaganda, e a cínica autopromoção com os méritos alheios, é a velha e conhecida característica da arrogância judaica, como também o é a ladina falácia judeo-sionista ao tentar cunhar a expressão "judaico-cristã" para denominar a nossa milenar civilização católica — a qual emana da arte e da filosofia gregas, do direito romano, e da religião cristã — e, dessa maneira, insinuar que a contribuição hebréia para a cultura ocidental teria se estendido para além do velho testamento, ou para fora das sinagogas:
"Os judeus, que são algo como nômades, nunca até agora criaram uma forma cultural por si mesmos, e até onde eu posso ver, nunca o farão, uma vez que todos os seus instintos e talentos requerem uma nação mais ou menos civilizada como hospedeira para o seu desenvolvimento."
C. G. Jung
The State of Psychotherapy Today, Collected Works (Routledge), vol. 10 (1934).
Contudo, precisamente por essa peculiar característica judaica, só muito recentemente o judaísmo passou a ter alguma importância no ocidente; e essa estrangeira influência — absolutamente perniciosa, como agora se vê — vem gradualmente transpirando e emergindo, através da obscuridade da maçonaria e do não menos sinistro judeo-sionismo, em suas várias modalidades de atuação, enquanto procuram nos despojar da nossa herança histórica e, rancorosamente, denegar e destruir os nossos valores ancestrais:
"Nós julgamos sempre que o Cristianismo consiste em pertencer à Igreja e perfilhar certa fé. Na realidade, o cristianismo é o nosso mundo. Tudo o que pensamos é fruto da Idade Média cristã, até a nossa ciência; em resumo, tudo o que se move dentro de nossos cérebros é, necessariamente, moldado por essa época histórica que vive, ainda, em nós, pela qual estamos definitivamente impregnados e que representará sempre, no mais distante futuro, uma camada da nossa constituição psíquica, nisso se assemelhando aos vestígios que o nosso corpo traz do seu desenvolvimento filogenético. A nossa mentalidade, a nossa concepção das coisas, nasceu na Idade Média cristã, quer se queira quer não. A época das luzes nada apagou. A marca do Cristianismo encontra-se, até, presente na maneira como o homem quer racionalizar o mundo. A visão cristã do universo é, assim, um dado psicológico que escapa às explicações intelectuais."
C.G.Jung
O homem à descoberta da sua alma, Brasília Editora, Porto, 1975, p. 411.

(7) "Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites."
Se Gandhi tivesse assistido a esta escalada da imoralidade judeo-sionista, hoje não seria tão ameno em sua denúncia daquela "brutalidade sem limites" que agora atinge paroxismos nunca imaginados. O próprio Estado de Israel, tal como se mostra em sua estrutura parasitária e tentacular, é uma aberração política e moral e imperdoável crime contra a humanidade. Nessa desavergonhada estratégia ancestral, os fanáticos rabinos do Congresso Mundial Judaico se mostram como "as eternas vítimas" mas insistem, cinicamente, que não há nenhuma conspiração em curso.
Há três mil e duzentos anos, Ramsés II já tinha visto essa mesma insídia e perfídia dentro do seu reino: Quanta inveja, quanto veneno, quanto rancor destilaram contra o brilho daquela avançada e poderosa nação que os havia recolhido — bando de analfabetos e esfarrapados nômades — e abrigado em sua sofisticada sociedade. Logo depois, os hicsos e os hititas, povos inimigos do Egito, se valeram da venenosa intriga e da ladina espionagem e traição de Moisés e de seus protegidos. Foram traídos exatamente por aquele que tinha sido protegido e educado por uma delicada princesa egípcia. Eis porquê os judeus foram expulsos... e dizem que a História não se repete... talvez para justificar essa dificuldade, ou a rígida incapacidade judaica de aprender com a própria História.
"Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido somente num único país e só numa determinada época, seria fácil identificar as razões dessa aversão. Mas, ao contrário, essa raça é, desde há muito tempo, antipatizada pelos habitantes de todas as terras e nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões distantes entre si e eram regidos por leis determinadas até por princípios opostos, e se não tinham os mesmos costumes e eram distintos no espírito de suas culturas, então as causas do anti-semitismo devem ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus antagonistas."
Bernard Lazare
anarquista judeu
Antisémitisme, son histoire et ses causes, Paris 1934, Tomo I, pág.32
Se na conformação de nossas sociedades, alguém deve mudar alguma coisa em suas noções de ética e de convivência, sem dúvida devem ser aqueles que não costumam agir — como advertiu Gandhi — do mesmo modo como agem, naturalmente, todos os outros povos do planeta. Mas hoje parece que já não lhes basta a invasão e a ocupação da Palestina, que não lhes basta nos espionar e intimidar em nossos próprios lares, em nossas cidades e países, em nossa própria terra. Agora, em completo e arrogante desvario, ameaçam os povos e as nações. Desprezam qualquer noção de sanidade e equilíbrio; não conseguem entender que além dos judeus, vivem neste mundo seis bilhões de seres humanos, e que não se pode enganar, nem calar tanta gente.
Apesar da estratégia orientada para desacreditar certos documentos e relatos esclarecedores sobre as suas obscuras atividades, e tentar ridicularizar o que eles chamam de "teorias de conspiração", a cada dia, mais evidente fica a insidiosa movimentação judeo-sionista; e a cada hora, a cada minuto, esse conluio vai se mostrando ainda mais insolente. Paralelamente ao recrudescimento da cínica campanha de falsificação dos fatos históricos — e violenta propaganda do "sofrimento" e da "superioridade" do povo judeu — através de filmes e desavergonhadas "descobertas" pseudo-histórico-científicas, em "reportagens" nos jornais e revistas e nas televisões, e em sites da web, também verificamos a criminosa sonegação de informações já nas fontes de pesquisa: As bibliotecas públicas e universitárias, vêm sendo alvo de vandalismo seletivo. Vários títulos e autores foram excluídos e eliminados dos fichários e estantes, com a conivência dos bibliotecários; outros, simplesmente vão sendo proibidos por força de leis forjadas, ou "reinterpretadas" à conveniência de última hora, como no tempo de Torquemada. Mas agora, contra essa indecente campanha obscurantista, somos nós que precisamos ler e comentar, com redobrada atenção, os livros e os textos proibidos pelo absurdo Índex judeo-sionista. Devemos procurar as edições citadas pela Academia Brasileira de Letras (Editora Civilização Brasileira, 1934 – 1938) pois algumas mais recentes — as que não foram proibidas — são incompletas e ladinamente modificadas, obviamente com o deliberado intuito de abalar a credibilidade e a legitimidade documental dos textos originais.
Ao publicarem os seus manifestos, Rogério César de Cerqueira Leite — Duas guerras que são uma só — e José Saramago — Das pedras de Davi aos tanques de Golias — diferentemente de outros intelectuais de língua portuguesa, tiveram a coragem e a honestidade de resgatar o direito à lucidez e à crítica; direito que vem sendo seqüestrado pela chantagem sionista, ao acusar de racistas, anti-semitas, ou reacionários, a todos os que não se deixam levar pelo jargão da propaganda judia de contra-informação.
Talvez por isso, muitos profissionais — historiadores, jornalistas, magistrados — fingem desconhecer indiscutíveis advertências, como as de Gandhi, e se esgueiram por entre falaciosos argumentos, ou certos textos de uns acadêmicos, para justificarem a sua frouxidão, ou esquisita moralidade. Quanta vergonha, quanta tristeza devem sentir esses homens e essas mulheres, já de idade madura, quando sozinhos à noite, vão se lembrando das tantas vezes que se omitiram e se esconderam, preguiçosos e acovardados.
Mas, quem sabe, talvez o exemplo de Rogério César de Cerqueira Leite e de José Saramago, ainda possa inspirar, a essas e a outras pessoas, as raras virtudes da coragem e da honra, e recuperar o significado daquele comentário do Mahatma Gandhi ao exortar os seus concidadãos para a luta contra o truculento usurpador: — O medo ainda tem alguma serventia, a covardia não.

Alfredo Braga

"O que está acontecendo na Palestina, não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico."
Gandhi
O site www.alfredo-braga.pro.br entende que os direitos sobre imagens ou textos que abordem a brutalidade judeo-sionista contra o povo e a Nação Palestina, são de domínio público, pois são provas de crimes de lesa-humanidade.
Manifeste a sua opinião no fórum
Indique esta página a outras pessoas
Veja fotografias da Palestina ocupada
A Palestina
Oriente Médio Vivo
The Electronic Intifada
Khalil Sakakini Cultural Centre